terça-feira, 11 de março de 2014

Adultos TDAH e crianças TDAH, e adultos e crianças índigo cristal, ou pessoas ditas Superdotadas, são termos sinônimos? Seria possível diferenciar esses termos?


Qual o espaço para o novo em um mundo previsível?
Marise Jalowitzki - TDAH Crianças que Desafiam
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EXPERIMENTE A DIFERENÇA!
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Adultos TDAH e crianças TDAH, e adultos e crianças Índigo, Cristal, ou pessoas ditas Superdotadas, são termos sinônimos? Seria possível diferenciar esses termos?

Por Marise Jalowitzki
11.março.2014

“- Cala a boca! Cala a boca! Cala a boca, porra!”
Devo ter recebido um vizinho novo ou algum morador do entorno está super estressado. São 23h30min desta segunda-feira e é a quarta vez que ele grita este refrão, depois que escureceu. Provavelmente é de um dos 4, 5 prédios do outro lado da rua. Como moro no 5º andar e todas as demais edificações são mais baixas logo ao lado, o barulho chega com força como se mais próximo fora.

Como já assisti isso em outro prédio onde morava anteriormente, posso dizer, com segurança, do que se trata. Um menino de seus dois anos, querendo falar com o pai e o pai se irritando porque o menino não “para de falar”! Pouco depois ouve-se um choro abafado e prolongado, depois, o silêncio. Onde está a mãe, que permite que isso aconteça assim? Quem é a(o) síndica(o) do prédio que não tem coragem de chegar com jeitinho e sugerir alguma alternativa?  Jogo de futebol, programa de TV, BBB, tudo que os pais querem é abstrair-se e que o pequeno “converse na escolinha”. Depois de chegar em casa, qual bibelô, é ficar quietinho, brincar com algum lego (na melhor das hipóteses) e ir dormir. Talvez até ganhe um tablet pra descobrir figuras em movimento! Se não adiantar, Ritalina ou Concerta! "pra se acalmar e ficar na dele"!

O menino do prédio anterior que referenciei, hoje deve ter seus 20 anos. Eu o via “aproveitando” desesperadamente o tempinho enquanto corria atrás do pai, perninhas curtas, ao saírem do elevador e caminhavam até o estacionamento para pegar o carro. Gente, eram dois, três minutos! O pai colocava suas maletas no porta malas e o menino continuava falando. Era o que bastava - 2, 3 minutos - para irritar o pai! Deu!
“Cala a boca, guri! Para, para um pouco! Mas tu não para de falar um instante!”
O berro chamava a minha atenção e eu ia até a janela ver a cena. O pequeno parecia que ficava pela metade do tamanho, de tanto que se curvava, envergonhado, humilhado, triste, e, claro, calado pelo medo!

Foi medicado, pois era “hiperativo e ninguém aguentava”! Alguns anos mais tarde o pai, um muito bem sucedido homem de negócios, teve um AVC com pouco mais de 40 anos, o casal separou-se. O rapaz trabalha, tem a sustentação básica (e um pouco além) garantida e um olhar triste de quem perdeu o seu dom mais precioso: o de pensar e decidir por si!

Provavelmente o recebedor dos berros deste-pai-de-hoje também vá crescer e acabar (como produto feito) do mesmo jeito que o outro menino-hoje-um-homem. Pelas receitas de sucesso alardeadas em nosso cotidiano, eles são vencedores. “Entenderam” o que o mundo exige deles e responderam à altura. Parecem nem sequer pensar em questionar o meio, as suas cláusulas e argumentos, as suas premissas e exigências. Sua natureza primeira foi alterada e já não possuem segurança sobre seus atos e vontades. Exceção? Não! Regra social!

Motivação - O que motiva o seu filho? Você já perguntou a ele?
Marise Jalowitzki - TDAH Crianças que Desafiam
Assim, quero responder ao questionamento que várias pessoas já me fizeram e, agora, impulsionada por um comentário em especial e que deu o título a este artigo, coloco mais uma vez minha visão sobre:
Adultos TDAH e crianças TDAH, e adultos e crianças índigo cristal, ou pessoas ditas Superdotadas, são termos sinônimos? Seria possível diferenciar esses termos?

Depende do coração de quem vê e sente. Eu tenho minha crença pessoal e vou passá-la com todo sentimento e honestidade. Constato, sim, que, de umas décadas para cá, crianças especiais começaram a nascer, para mostrar aos adultos empedernidos o quanto o mundo do jeito como foi e está programado, é e está caótico. Isto é inegável e só não vê quem não quer. Também, com toda a insatisfação de tantos pais e avós (desde a década de 1960 e a emersão do movimento hippie) - com tanta frustração gerada pelo mundo mecanicista, engolidos pela tecnologia em tudo e para tudo - o inconsciente coletivo do planeta "chamou" faixas vibratórias mais saudáveis! Na página 73 do Livro TDAH Crianças que Desafiam, coloco um relato, conto uma pequena historia sobre características de um Menino Cristal. Menciono o Robert Happé e sua bela trajetória, reconhecendo estas crianças (Índigo e Cristal) desde meados de 1980 e cito, também, a Ingrid Cañete, aqui de Porto Alegre – RS, psicóloga que trabalha diretamente com esta, digamos, nomenclatura. Mathias Stefano é um rapaz argentino que publica vídeos maravilhosos (é só procurar no youtube) e faz um belo trabalho pelo mundo afora. O amigo Claudio Thomaz cobra-me, inclusive, porque não aprofundei no livro, este segmento, já que o reconheço e convivo com várias crianças com as características.
Explico.
Primeiro, vou comentar rapidamente sobre o que é Índigo e Cristal para os que leem este texto e não possuem, ainda, conhecimento dos significados.

Índigos vieram primeiro, para abrir caminho. Especialmente a partir da década de 1980, começaram a nascer mais e mais crianças determinadas a mostrar a falência dos valores sociais preconizados. Sabedores de que a valorização de cada ser era - e é - igualmente necessária. Batalhadores em prol de mais justiça social. Reformadores natos. Guerreiros, muitas vezes acabaram entrando em franco conflito com as forças opositoras vigentes. Ainda os temos hoje, e facilmente você identificará quem são os que lutam e tentam abrir espaço pela insistência, pela perseverante presença e mensagem, ainda que aos gritos. Suas armas são a voz e a presença. Insistem, apanham, não costumam bater, embora por vezes confrontam,sim. Atitudes que alguns chamam de insolência.

São os metidos, os que falam e nem sempre “tem formação”, os que fazem “sem ter pedigree”. Caracterizam-se por valores que contrapõem o instituído e batalham pela aceitação do novo. Quando entendidos e aceitos, criam movimentos maravilhosos de mudança e reforma social, em todas as áreas. Não entendidos, costumam vergar-se ao modelo social, apagam-se atrás de empregos onde são subaproveitados, não raro adotam o alcoolismo ou outra saída para lidar com a frustração e o desencanto e, algumas vezes, acabam sendo envolvidos em brigas e agressões.

Já os Cristal são pequenos pacíficos, que chegam como se a “casa já estivesse pronta”. Tudo o que para tantos, ainda é pura utopia, para eles já é realidade, o normal, o "como deveria ser", já é. Falam coisas que chocam os ouvidos herméticos, com a naturalidade de quem simplesmente não concebe como “não pode ser assim”! É tudo TÃO simples e certeiro que ao ver o pai desperdiçar água de uma torneira, por exemplo, o pimpolho simplesmente chega lá e diz:
“- Pai, fecha a torneira pra não deixar a água correndo! Tem muita gente que não tem água!”
E ninguém ensinou, ou muito pouco se falou nisso.
“- Mãe, porque tu faz carne de bicho? A gente não deve comer os bichinhos! Os bichinhos precisam viver como a gente!”
E os pais ficam aturdidos, confusos e, muitas vezes, enraivecidos com o "sonhador", com o “retardado”.
Se o lar é de uma família onde os pais não estão despertos, as crianças Cristal sofrem muito, e em silêncio. E bem sabemos, sempre que alguém silencia, que se fecha, que não argumenta, a dor se entranha e acaba se manifestando como doença. Não raro ficam enfermos e alguns, não aguentando, simplesmente se despedem prematuramente desta existência. Por doença ou deliberadamente (processo não consciente).

No livro mencionado antes, relato sobre a Floresta do Suicídio, um lugar escolhido no Japão onde os adolescentes vão para se matar. Há muitos outros desses lugares no mundo. E há outras formas, igualmente sofridas, de tentar manter-se em um cenário que eles não reconhecem como seu. Os becos, as ruelas, as cracolândias. Mesmo no facebook, quantos grupos, comunidades e páginas de auto mutilação, de depressão, tristeza e etc., todos frequentados especialmente por adolescentes. (Há uns dois anos o Mark Zuckerberg , dono do facebook, anunciou que iria disponibilizar um serviço 24 h para atender às pessoas em vias de se suicidar. Eu li a notícia, nunca consegui comprovar que o serviço realmente foi implantado).


Segregação e preconceito acontecem depois. Crianças querem é brincar.
TDAH Crianças que Desafiam - Marise Jalowitzki
Na aridez em que a maioria dos seres humanos está imersa, só a possibilidade dos pais dessas pessoinhas terem de mudar seu jeito de ser e ver as coisas, sua forma de perceber, sentir e reagir, já causa alvoroço. (Há pouco ouvi mais uma sequência de “Cala a Boca!” daquele meu vizinho histérico...e já passa da meia noite!) 
Outro dia recebi um desatinado desabafo de um pai:
“Mandei ela (sua menina da pré-escola) dizer pra professora que venha aqui em casa me ensinar como é que eu devo agir dentro da minha própria casa. E eu vou dizer pra ela se eu posso ou não deixar minha torneira aberta!”
E discorreu linhas intermináveis de revolta contra o sistema, contra os gastos públicos, contra a forma da administração e os legisladores agirem. Ao final de toda a “explanação”, arrematou: 

“Até agora ela não me respondeu!”

Terá a pequena criança, em primeiro lugar, levado o recado “louco” e desaforado do pai para a professora? Claro que não! Provavelmente a menina nem entendeu O QUE o pai estava falando! Depois, olha o choque de autoridade! ELA ter de falar coisa de adulto para a professora que, lá na sala de aula, “manda” tanto quanto o pai "manda" em casa! E mais: QUANDO é que a professora iria entrar neste enfrentamento com o pai? Tudo muito disparatado e inconsistente! (Ainda tentei argumentar qualquer coisa com o pai, do tipo: Porque tu não foste lá? ... mas ele simplesmente não entendeu... ou não quis... ou não pôde).

Em tese, as Crianças Cristal vieram DEPOIS da Geração Índigo para que estes últimos os recebessem e criassem, juntos, esta nova sociedade que tanto precisamos. Porém, com o advento dos tóxicos, agrotóxicos, medicalização para tudo, casas e apartamentos plenos de eletrônicos, ares poluídos, alimentação industrializada, a rotina do cotidiano foi modificada drasticamente. A maioria das pessoas não parece mais pessoas. São apenas robôs, que reagem a estímulos programados pelos fabricantes. Meros consumidores, não pensam nem decidem. Apenas reagem.

HÁ MUITOS FILHOS E FILHAS CRISTAL nascendo com pais adormecidos e alienados, que nem de longe se assemelham a um ÍNDIGO e, portanto, o sofrimento que um pequeno Índigo ou Cristal vai passar é ainda maior do que aquela incompreensão que assim já é dedicada a tantos pequenos!

A tendência a divinizar determinadas crianças

Pessoas que amam muito tem a tendência de divinizar seus entes queridos. Assim, maravilhar-se com as pessoinhas especiais faz parte. Um fio tênue precisa ser considerado aqui, pois os pais dessas crianças especiais costumam promover (ainda que não conscientemente) uma discriminação para com os "brutos" que nasceram em um ambiente embrutecido. Claro que cada um de nós tem suas características próprias, que a composição genética - hereditária - interfere pra caramba, mas, o meio ambiente, as influências sociais desde pequenininho, tolhem e moldam. Como dizer que também um bandidinho infantil não poderia ser um pacífico Cristal? Desde pequeno ouvindo estampidos na favela onde mora, gritos e rebeldia, perseguições e ataques, como se formatou seu código de ética? Alguns poucos, advindos de favelas, vilas e cortiços, SEMPRE apoiados pelos pais, conseguem sair deste casulo miserável e seguir uma carreira artística, ser bailarino ou jogador; outros poucos destacam-se em matemática. Mas, a maioria não tem a mesma sorte e desviam-se, geralmente para sempre. Até porque nossa sociedade não é recuperadora e, sim, excludente!

Eu acredito no ser humano. No quanto as orientações precisas, aliadas a uma prática inclusiva e amorosa, podem influenciar positivamente um pequeno ser, uma vez que tais orientações sejam recebidas em tenra idade e perpetuadas em ações sociais continuadas.
Lembro sempre de uma leitura que fiz em minha adolescência, de um condenado à morte que, antes de receber os choques da cadeira elétrica pediu para ouvir Johann Strauss, os Bosques de Viena! Ele não sabia o nome, nem o autor, apenas cantarolou um trechinho de uma música que ouviu quando era pequeno, que sua mãe tocava para ele. Pouco depois de ela morrer, o pai o colocou num orfanato e ele cumpriu sua jornada como pôde! Acabou tornando-se um bandido perigoso. Mas, sua essência...

Por isso afirmo: Todo serzinho nasce especial e deveria receber Amor e Compreensão desde os primórdios. MUITA coisa poderia - e seria - diferente em nosso mundo, caso o exercício do Amor fosse uma premissa.

Realizar e praticar com os que nos cercam, hoje, é o que efetivamente temos, independente do grau de Amor que cada um tenha recebido na sua infância e adolescência.

Atos simples, ensinamentos preciosos.
TDAH Crianças que Desafiam - Marise Jalowitzki

Claro que é M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O encontrar quem tem a bênção de nascer em um lar onde a compreensão impera, onde o baby recebe o aconchego, o afago e a compreensão dos pais. Tais crianças tem um sorriso aberto, uma atitude espontânea que encanta, desenham lindamente (e recebem elogios por isso), imaginam um mundo melhor a cada momento.

Só que isso, do exercício amoroso, ainda acontece tão pouco!

Assim, agora, entro eu, com meu livro e a visão que quero repassar. 
TDAH Crianças que Desafiam é para os pais preparados, aqueles que, mesmo não sabendo, SENTEM que o momento é novo e que seus filhos são especiais e que tem a missão de mudar as coisas para melhor. Estes pais já estão fazendo o que precisa ser feito e podem divulgar para outros fóruns (especialmente a escola) as mudanças que precisam ocorrer! 

E minha mensagem é, também, para aqueles que se debatem, que negam, que querem, a todo custo, escorregar para os ombros dos outros as suas responsabilidades. Sim, tais pais existem! São pais e mães que ficam ofendidos quando solicitados a revisar seu comportamento, que querem a “pílula mágica” para resolver as coisas de modo acelerado e único. Incluem-se neste grupo os educadores que parecem ter uma raiva básica de crianças, que falam com ressentimento da sociedade, das famílias desestruturadas, terminando sempre com um “Nós não podemos fazer nada contra isso!”.
Quando há problemas com algum aluno, levantam a voz, fazem o pequeno sentar-se e eles (adultos), em pé, dedão em riste, chamando crianças e adolescentes de “mentirosos” aos gritos. (Soube de uma situação assim na semana passada, atitude tomada  por uma supervisora educacional. Estou orientando uma mamãe neste sentido, para que procure o Conselho Tutelar e peça providências junto à escola!)

Mães são sustentáculo de Fé e Amor!
TDAH Crianças que Desafiam - Marise Jalowitzki

TDAH  - Superdotados - A Força dos Rótulos

Quando uma criança, desde pequena, é levada a se sentir “apta” para falar, fazer os temas, conviver em grupo e tudo o mais, somente após ter tomado a “pílula mágica” nem ela mesma acredita em si! Ou tem uma noção (negativa) de que é diferente, "não-normal", "anormal". O entorno não acredita em sua capacidade, em sua sensibilidade, em sua condição de decidir o que quer que seja, “antes” de estar sob efeito do fármaco!
COMO convencer as próprias crianças, os pais, os demais parentes, os educadores e dirigentes de escola, E OS PRÓPRIOS ESPECIALISTAS (psiquiatras e neurologistas) de que poderíamos falar em CONDIÇÕES e não em “doenças”? Em CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS e não “transtornos”? (pág. 62)

SINCERAMENTE, acredito que TODAS as crianças tenham habilidades especiais e específicas! Que sejam superdotadas, com qualidades inerentes e únicas e de que todas, do jeito que são, são necessárias ao mundo!
- Cuidar de animais é um super dote!
- Fazer uma comida gostosa e nutritiva, onde todos adoram comemorar, tornando o ato de alimentar-se um evento sagrado, é um super dote!
- O gari de Camboriú que, todos os dias de manhã, limpa a areia da praia dos detritos dos humanos relaxados e, cantando, escreve com o cabo de sua vassoura um gigantesco BOM DIA! – fazendo com que um senhor doente do 8º andar de um prédio à beira mar venha à janela e, todos os dias, acene para ele, este gari É UM SUPERDOTADO!!!
E, assim, poderia enumerar milhares de super dotes que todas as pessoas tem! Resolver rapidamente problemas de matemática, aritmética, álgebra, física, química, sim, Uohow! É realmente fantástico! Mas, as outras habilidades, igualmente, o são! E é aí que reside TODA  a diferença!

Einstein já dizia: “Impossível não acreditar em Milagres! A PRÓPRIA VIDA É UM CONSTANTE MILAGRE!” Eu sinto, penso e vejo como ele. Quantos estão dispostos a ver a Vida sob este prisma? Da Aceitação e do Entendimento? Da Compaixão e da Fraternidade? Da Solidariedade e do Amor? Perguntar a um filho se ele se sente mais feliz sendo um executivo de sucesso ou um guia de turismo entre vales e montanhas, pode ter mais de uma resposta. Querem os pais preparar-se para aceitar uma escolha que machuque os planos que eles, pais, fizeram para seus pequenos?

Há questão de semanas tivemos uma mãe sofrendo, revoltada com a filha, xingando-a com todas as letras do alfabeto, todos os dias e repetidas vezes! Seu estresse era tamanho que não conseguia ver NENHUMA qualidade na adolescente! QUEM ousaria falar para aquela mãe que sua filha era uma menina Cristal, que precisaria ser bem aceita, respeitada, entendida?
Quando sugeri que a mãe botasse sua raiva pra fora fechando-se no seu quarto e socando um travesseiro, negou-se, dizendo:
“Quebraria meus pulsos de tanto socar com força, de tanto ódio!”
E não o fez. Não está fazendo nada por si, há anos. Se foi procurar um terapeuta nos dias próximos , como reiteradamente aconselhei, também não sei. Pobre lar. Pobre mãe. E, principalmente, pobre garota! Talvez nunca mais consiga reequilibrar-se emocionalmente, após ouvir tanta coisa ruim sobre si, vindo da própria mãe, referência de vida que deveria ser de aceitação.

Retardado é elogio, não ofensa!
Livro TDAH Crianças que Desafiam (pág 64) - Marise Jalowitzki

NINGUÉM É TDAH E TODOS SÃO TDAH

VÁRIOS são os especialistas que afirmam que, caso as condições de vida de cada indivíduo estivessem dispostas de uma maneira onde poderiam livremente se manifestar e ser aceitos, não existiria TDAH, nem nenhum desses rótulos. Simplesmente os sintomas não iriam emergir.
Quando a alimentação e os móveis da casa levam em conta o princípio detox; toda criança experimenta menos pressão. Quando o pequeno não se sente tolhido, dificilmente irá balançar mãos e pés. Se ele pode correr e brincar, mexer em instrumentos lúdicos de aprendizagem, não precisa sair e andar constantemente pela sala. Quando o teatro que a profe apresenta é realmente divertido e interativo, ele vai conseguir ficar sentado durante um tempo, assistindo a peça! E, aos poucos, vai se disciplinando.

A intervenção farmacológica deve acontecer para situações de maior relevância, em casos graves, e, ainda assim, SEMPRE acompanhada de terapia. E por um tempo determinado (1 a 2 anos).

COMO tratar de um ser quando sua história não é respeitada? Muitas vezes, sequer ouvida? É a visão de mundo DELE que ele nem consegue transmitir!

Assim, resumindo: Índigos (que é uma identificação) podem ser os hiperativos (que é outra identificação); Cristal (que é também uma identificação) podem ser os portadores de déficit de atenção (mais outra identificação). Como não vejo “doença” e, sim, condições de cada um em lidar com a situação vigente; como não vejo “transtorno” e, sim, características individuais, não costumo usar nenhum desses termos.

O que precisa acontecer é mais compreensão COM TODOS E PARA TODOS! Somos TODOS especiais e únicos, com direito ao nosso espaço, com direito à Felicidade, que é o momento presente e o andar nesta trilha de terra vermelha! Os “desadaptados” ao meio são, na verdade, os construtores de uma vida melhor!


Neste mundo tão às avessas em seus valores morais, os diferentes vêm para evidenciar o quanto estamos distantes de nosso eixo. Eles deveriam ser muito bem acolhidos e integrados. Sob este prisma, ser chamado de “retardado” passa a ser um elogio, não uma ofensa. Bem vindo aquele que convida a retardar a corrida insana, retardar o passo da pressa do dia a dia, retardar a ansiedade, a angústia e a preocupação, a fim de dedicar mais tempo para sentir, ouvir e acolher os que nos são próximos (incluindo animais e plantas). Retardar o egoísmo e ser pródigo em sorrisos e abraços. Ir mais lento, apreciar a paisagem durante a caminhada existencial, acompanhar o próprio ritmo das conquistas diárias são, sem dúvida, valores perdidos em nossa sociedade que corre sem saber direito pra onde, que briga por qualquer besteira sem saber direito porque, que compra sem se perguntar se precisa, que consome e desperdiça demais, sem se perguntar no que vai dar tudo isso. Keep calm and give hugs!”
 (pág 64 -TDAH Crianças que Desafiam)





Livro: TDAH Crianças que desafiam 
Como Lidar com o Déficit de Atenção e a Hiperatividade na Escola e na Família
Contra o uso indiscriminado de metilfenidato - Ritalina, Ritalina LA, Concerta

Acesse: http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/


Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente

Escritora, blogueira e colunista
Educadora, Coordenadora em Dinâmica de Grupos,
Pós-Graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-VA-USA
Ambientalista de coração, Vegana
marisejalowitzki@gmail.com 

2 comentários:

  1. Sempre digo que o problema do mundo são os pais.

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    1. ... que também são frutos de outros pais, que também já são sementes de outros pais.... enfim, a sociedade como um todo precisa rever suas práticas e sinto nos educadores, que recebem estas crianças, a mola propulsora da mudança. para istp. eles - os educadores - precisam QUERER a mudança para melhor, exercitar sua tolerância, baixar expectativas pautadas na cultura e tradição. Mesmo entendendo o cerne da questão, não dá para cruzar os braços. É preciso agir!!!!

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