sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Situações conflituosas - Segurança no Trabalho - Eu tenho família - Qual a função do mestre de obras

Inversão da pirâmide - Quando o trabalhador é quem pleiteia segurança!!



Por Marise Jalowitzki
30.setembro.2016
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2016/09/seguranca-no-trabalho-eu-tenho-familia.html

Hoje venho comentar sobre um tema que aborda a questão da Segurança no Trabalho. Nesta obra que observo, todos os equipamentos estão sendo devidamente utilizados pelos trabalhadores. A questão é a colocação dos andaimes e a devida segurança destes, protegendo a vida do operário em obras.

Minha primeira questão é: Quem supervisiona o Mestre de Obras em uma reforma e-ou construção?
Ao pesquisar sobre, encontrei a descrição sumária das responsabilidades deste profissional, mas nada a respeito de quem monitora as atividades dele, especialmente no que se refere ao trato para com os empregados que estão sob sua supervisão. (Deixo ao final a transcrição da Relação de Ações cuja responsabilidade é de um Mestre de Obras, segundo o Departamento Regional de Recursos Humanos.)

Dos 12 itens ali elencados como sendo de responsabilidade de um mesre de obras, dois se referem às condições oferecidas ao trabalhador em obras.

9.      Examinar segurança dos locais e equipamentos da obra.

10.  Monitorar o cumprimento das normas de segurança do trabalho.

Não há alusão a ouvir queixas, discussão sobre condições de segurança. A quem pode se dirigir o "peão de obras" quando precisa de alguma providência urgente? É ali, na hora, que a coisa acontece!


Em pouco mais de uma semana, ouvi 3 grandes episódios de discussão de problemas, em uma reforma de prédio! Pode isso? O Mestre de Obras no chão, no terreo, discutindo com o Operário, em 5º andar. Tudo "nos conformes", a negociação sem alterações de voz, mas, e a segurança de quem está lá em cima pendurado? Como fica o emocional dele, especialmente quando fica pleiteando sobre a segurança de sua vida?
E qual foi o motivo, nos 3 episódios? O EMPREGADO requereu mais segurança junto ao mestre de obras. Incrível! Sempre que se ouve sobre um acidente fatal (e, desta altura, sempre serão fatais...) escutamos do mestre de obras a declaração que "os empregados (ou a "peonada" como ainda dizem alguns, referindo-se ao profissional como um peão *) é que resistem às ordens de uso do EPI - Equipamento de Proteção Individual", não é mesmo? Pois é exatamente o oposto que está ocorrendo nesta obra!! Aqui, eles usam o equipamento completo (exceto, em muitos casos, a luva), mas o requerido é em relação à torre-andaime. Aqui, é o empregado que tem de pleitear mais segurança em seu dia a dia! (* peão - aquele que execta tarefas e é ordenado por um patrão)

Por isso, creio ser meu compromisso moral escrever este artigo. E espero sinceramente que seja lido pelas pessoas responsáveis por providencias efetivas, a quem estou dando conhecimento desta escrita e que estão tendo a oportunidade de conhecer este texto. Por enquanto não coloco endereço nem o nome da empresa responsável. Mas já dei conhecimento aos responsáveis em questão.




Quando a obra (pintura externa) chegou em meu andar, a primeira surpresa foi perceber que a estrutura metálica (andaimes) - que depois recebe umas tábuas onde os empregados ficam sobre -, estava presa às grades das sacadas por um fio metálico, um arame, apenas isso! E as grades - fato sobejamente conhecido pelos moradores e intuído pelos empregados - estava em muitos lugares meio solta, não oferecendo segurança. Ou seja, o arame (mesmo que fosse  bastante resistente...) não adiantaria igual. O ideal seria arrimar-sustentar-amparar com cordas ou corrente lá em cima, no topo do edifício.


Isto foi devidamente observado pela empresa que executa o serviço antes de iniciar a obra?

!º episódio - Empregado tem de pleitear que mais uma das torres metálicas (andaimes) seja colocada entre uma sacada e outra, para que ele possa pintar, apoiado sobre uma das tábuas-andaime! O mestre de obras, do chão, ordena que ele pinte apoiado apenas sobre a tábua, sustentado apenas pelas cordas! O empregado pleiteia em voz alta:
- Pôe o andaime, chefe! Eu tenho família!
Repetidas e repetidas vezes esta frase é entoada como um mantra. O mestre de obras insistindo para que ele vá apenas pendurado! Inaudito! O empregado repete:
- Eu tenho família! Se eu fosse um cara à toa, tudo bem! Mas eu tenho família!
Os colegas intervêm:
- Fulano (não vou citar o nome, por enquanto) , manda uma torre pra cá. O cara tem razão!
E, lá embaixo, a voz do "mestre":
- Não precisa! Já disse.
Segue-se um diálogo inaudito:
- Ele quer me matar! (o operário diz, em tom de riso)... Ele quer que eu morra. Mas eu tenho família!
- Põe lá, O...! (fala outro operário, dirigindo-se ao mestre de obras)
- Não custa nada!
E mais outro colega intervêm;
- Fosse eu, eu até ía! Eu sou sô, mas o cara tem família!
E o "peão-alvo":
- Ele quer me matar! (continua o tom de riso, mas a situação não o convence a ir assim mesmo...não vai...impasse)
Nos primeiros minutos não veio resposta positiva lá de baixo (!!!) e o operário até tentou ir assim mesmo. O colega dele, falando baixo: "Cuidado! Não vai escorregar!"
E continuaram os pleiteamentos em voz alterada até que, uns 5 minutos depois, ouviu-se o barulho da estrutura sendo arrastada ao local solicitado.

Isto não poderia acontecer! Um líder de grupo, como o Mestre de Obras tem de ser, e é, neste momento, tem de, primeiramente, prever. Depois, proporcionar, dentro da sua visão, o melhor ambiente, o mais seguro, para seus empregados. E tem, em terceira instância, de estar sensível ao que lhe trazem! Se o profissional se sentia inseguro, no que era apoiado pelos demais, porque criar conflito? COMO FICA O EMOCIONAL DE UM EMPREGADO após uma discussão assim, em plena atividade?

Não sei se houve discussão posterior, o fato é que  nos dias seguintes apareceram cordas grossas segurando as estruturas metálicas às grades e entre essas e algumas das tábuas.


2º episódio que abala a moral do trabalhador em obras
Sabemos o quanto este é um trabalho duro, extenuante e de como mina as forças diariamente, necessitando de uma alimentação forte e nutritiva e o mais apetitosa possível. Teve um dia em que o micro ondas estragou e não deu para aquecer as refeições. Uma hora antes o assunto já estava sendo ventilado. Os trabalhadores tiveram de ingerir o alimento frio! Muitos deles não quiseram acreditar e o fato foi, novamente, abertamente comentado, como "vida de bóia fria".., Faltou planejamento, faltou supervisão, faltaram providencias imediatas! Como um vale refeição de emergencia!

A alegação que costumamos ouvir é que o empregado se nega a usar o EPI. Aqui não é o caso.
Outras queixas e ocorrências:
Também detalhes como a falta de uma vassoura para varrer e juntar os pedaços de cimento-reboco que retiraram para dar um reboco renovado às paredes danificadas. Eles pediram e a resposta foi:
- Não tenho!
Tive de emprestar a minha.
Olha o que reza o item 8 que, creio, deva se referir também à retirada dos resíduos
"8.      Controlar resíduos e desperdícios" 


      Pedido de escada -  falta de uma escada para que não precisassem pular (de fora para dentro e de dentro para fora) pelas grades do terraço... são pessoas quase todas com peso (claro, pra aguentar este trabalho braçal), sendo desafiados cotidianamente.

Pedido de pincel - "- Chefe, tem de trocar estes pincéis! Estes pincéis tão gastos, fica ruim pra pintar!..."
"6.      Supervisionar o controle do estoque de materiais, equipamentos, ferramentas e instrumental necessários à realização do trabalho."

3º episódio - novamente a questão de segurança
Para alcançar o último andar (não posso dizer se aconteceu em outros andares, pois não observei) os empregados tem de se apoiar em seus próprios braços e se erguer, para subir (pode isso?) e dar um pequeno salto (pode isso?) para descer!
A nova discussão, aconteceu por situação idêntica ao episódio 1, quase uma semana após, para realizar umas pinturas tipo "arremate".
Ao final, o trabalhador repetindo (sempre em tom amigável):
- Eu tenho família, chefe!
- Tu é um cabeça dura!
- Eu tenho família! Eu tenho família!

Particularmente creio que uma situação em que está em risco a vida deve ser sempre levada em conta, antes mesmo de que se faça necessária a intervenção. E, caso não tenha sido devidamente planejada anteriormente, que seja imediatamente acatada pelo mestre de obras, o que mostra que ele tem um papel de zelar pelos homens que estão subordinados a ele neste trabalho e não iniciar diálogos que mais parecem "disputas de poder", perdendo o foco que é a Segurança no Trabalho.

Por mais Relações Humanas no Trabalho! Por mais Segurança no Trabalho!


FUNÇÃO: Mestre de Obras

                       

Descrição sumária


Analisam documentação técnica e gerenciam recursos humanos e materiais, atendendo padrões de qualidade da obra.

Descrição detalhada


1.      Analisar e discutir com o superior instruções técnicas do projeto a ser desenvolvido.

2.      Interpretar plantas, gráficos e escalas.

3.      Orientar e acompanhar a equipe quanto à execução dos trabalhos cumprindo o cronograma.

4.      Coordenar a  instalação e utilização de equipamentos e estruturas construtivas em canteiros de obra.

5.      Participar da instalação do canteiro de obrasdemarcando a obra, conforme projeto.

6.      Supervisionar o controle do estoque de materiais, equipamentos, ferramentas e instrumental necessários à realização do trabalho.

7.      Controlar a qualidade e quantidade do trabalho realizado.

8.      Controlar resíduos e desperdícios.

9.      Examinar segurança dos locais e equipamentos da obra.

10.  Monitorar o cumprimento das normas de segurança do trabalho.

11.  Executar tarefas pertinentes à área de atuação, utilizando-se de equipamentos  e programas de informática.

12.  Executar outras tarefas para o desenvolvimento das atividades do setor, inerentes à sua função.
____________________________________________________________________________

Requisitos:

Experiência:                     2 (dois) anos                    

Jornada Semanal:           40 horas.


Sepultado pedreiro que caiu de andaime em Passos-MG



Em final de outubro, registro:
Com muita satisfação, alguns dias após o ocorrido, ouvi uma conversa de forma terceirizada, do mestre de obras elogiando seus trabalhadores e, maior satisfação ainda foi ver o empregado em causa, uma semana após, em plena atividade nas obras do edifício.
Felicidades a todos!






segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Fármacos psiquiátricos fazem mais mal que bem, diz Peter Gøtzsche - Cientista dinamarquês defende redução drástica do uso de medicamentos contra doenças psíquicas

Peter Gotzsche - Pesquisador dinamarquês - foto Peter Bertel 



Fármacos psiquiátricos fazem mais mal que bem, diz Peter Gøtzsche - Cientista dinamarquês defende redução drástica do uso de medicamentos contra doenças psíquicas

Transcrito do Jornal El Pais
Por Daniel Mediavilla 
 
publicado neste blog em 23.setembro.2016, compartilhado por Lu Marroco
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2016/09/farmacos-psiquiatricos-fazem-mais-mal.html
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2016/09/el-pais-peter-gtzsche-declara-que.html

Em 1936, o neurologista português Egas Moniz apresentou uma operação cirúrgica que destruía conexões entre a região pré-frontal e outras partes do cérebro. Esta cirurgia, chamada lobotomia, popularizou-se como tratamento para a esquizofrenia e valeu o Nobel de Medicina a Moniz em 1949. A intervenção caiu em desuso após o surgimento de drogas como a clorpromazina, que se tornaram o tratamento habitual para esse tipo de doença mental.

Desde então, a lobotomia se tornou símbolo de umapsiquiatria que anulava os pacientes sob a justificativa de curá-los, e alguns grupos de familiares de lobotomizados pediram inclusive que o Nobel de Moniz seja cassado. Alguns especialistas, porém, entendem que naquela época, sem alternativas terapêuticas para essas psicoses, o tratamento do médico português melhorava a vida dos pacientes e de seus familiares.


O caso da lobotomia é uma amostra de como podem ser polêmicas as ferramentas terapêuticas de uma disciplina complexa como a psiquiatria. Os fármacos que serviram para tornar aquela cirurgia obsoleta, preservando, segundo muitos psiquiatras, a dignidade para pacientes com transtornos psicológicos graves, tampouco estão imunes às críticas. Peter Gøtzsche (Næstved, Dinamarca, 1949), professor de Concepção e Análise de Testes Clínicos da Universidade de Copenhague, há anos defende a redução drástica do uso de fármacos contra as doenças psiquiátricas. Em seu livro Medicamentos Mortais e Crime Organizado (editora Bookman), o pesquisador dinamarquês analisa as carências da ciência que justifica o uso desses fármacos e explica por que acredita que, apesar do consenso favorável a eles entre os psiquiatras, esses remédios “estão fazendo mais mal do que bem”.

Pergunta. Você defende uma redução paulatina [Gøtzsche adverte sobre o risco de deixar de tomar psicofármacos repentinamente], mas praticamente total, do consumo de medicamentos psiquiátricos. Entretanto, há muitos psiquiatras que defendem sua utilidade e afirmam que eles permitiram reduzir a quantidade de doentes encerrados em manicômios

Por que passaram séculos fazendo sangrias, inclusive quando o paciente precisava de fluidos?


Resposta. Em primeiro lugar, não é correto dizer que os antipsicóticos tenham reduzido a presença de pessoas em manicômios. O esvaziamento deles têm a ver com considerações financeiras. Era muito caro manter tanta gente nessas instituições por muitos anos. Essa redução não coincide com a introdução de fármacos antipsicóticos.

Os antipsicóticos estão entre os medicamentos mais tóxicos que existem, depois da quimioterapia para o câncer. Produzem dano cerebral permanente, algumas vezes inclusive depois de um tempo de uso relativamente breve, e tornam mais difícil que a pessoa volte a viver uma vida plena. Cheguei à conclusão de que, muito provavelmente, seria muito melhor para nós se não utilizássemos absolutamente nenhum antipsicótico.


Não sou a única pessoa que acha isso. Há psiquiatras que estudaram a literatura de uma forma tão cuidadosa como eu e que chegaram à mesma conclusão: que na verdade não precisamos de fármacos antipsicóticos, porque, apesar do nome, antipsicótico, não curam as psicoses. Os antipsicóticos tranquilizam as pessoas, mas também lhes tiram parte das suas emoções, parte dos seus pensamentos normais. Você pode ver que alguns deles se tornam zumbis, incapazes de fazer qualquer coisa.

P. Se estes fármacos são tão nocivos, por que começaram a ser usados de forma habitual na psiquiatria?


R. Em 1954, quando a clorpromazina foi descoberta e chegou ao mercado, era considerada uma droga ruim, comparada a uma lobotomia química. Entretanto, um ano depois, de repente ficou boa. Isso é muito estranho. Houve um presidente da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria Biológica que afirmou que esse fármaco era como a insulina para o diabetes. É algo demencial, porque, se você tiver diabetes, lhe falta insulina, e quando lhe dão algo que lhe falta é um bom tratamento. Mas quando você tem uma psicose não lhe falta nada, então a comparação é errônea. Entretanto, desde que essa ideia foi lançada fala-se em um desequilíbrio químico. Não há desequilíbrio químico, nunca se pôde demonstrar que haja nada nos pacientes psicóticos ou depressivos que seja diferente das pessoas sãs. O desequilíbrio químico é uma mentira.

O Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA realizou um teste com clorpromazina, com fármacos similares e com um placebo e concluiu justamente o contrário do que ocorre quando se dá estas drogas às pessoas. Observaram que os pacientes ficavam menos apáticos, que se moviam mais e pareciam melhorar. Estas drogas fazem justamente o contrário. Isto acontece porque os testes não estão bem cegados [concebidos de modo a evitar distorções].

Com a psicoterapia, pode-se ensinar as pessoas a lidarem com sentimentos que acabam transformando-as em pacientes psiquiátricos


P. Se os dados dos estudos são acessíveis a todo mundo, por que tantos psiquiatras os interpretam mal? São todos burros ou malvados?

R. Esta pergunta é interessante e não diz respeito apenas à psiquiatria. Por que passaram tantos séculos fazendo sangrias? Mesmo quando o paciente tinha cólera e precisava de fluidos, tiravam o sangue das pessoas, e muitas vezes isso as matava. E acreditavam que faziam bem. Durante séculos. Como é possível que nós, os humanos, que temos cérebros maravilhosos, possamos ficar presos em equívocos coletivos como as sangrias ou a crença nos antipsicóticos. Assim são os humanos, mas temos que combater isso demonstrando às pessoas que suas crenças não coincidem com as evidências científicas.


P. Que alternativas existem aos fármacos contra as psicoses graves?

R. É muito simples: fármaco nenhum. A alternativa a dar muitas drogas às pessoas é lhes dar muito poucas. Se fizéssemos isso, teríamos uma população mais saudável, que viveria mais, porque as drogas psiquiátricas matam muita gente. E não aleijaríamos tanta gente, tanto física como cerebralmente. Outra opção é entender que muitas das ditas enfermidades psiquiátricas são tratadas melhor através da psicoterapia. Essas doenças muitas vezes têm a ver com fortes emoções com as quais as pessoas não podem lidar e que as deixam assustadas, ansiosas... Usando a psicoterapia, pode-se ensinar as pessoas a lidarem com esses sentimentos fortes que acabam transformando-as em pacientes psiquiátricos.

Os antipsicóticos tranquilizam as pessoas, mas também lhes tiram parte das suas emoções

P. Como os psiquiatras costumam reagir às suas críticas?
R. Rarissimamente debatem comigo o que a ciência diz. Acho que isso mostra que para eles é difícil debater sobre a ciência. O que fazem é tratar de me denegrir como pessoa. Dizendo que não sou um psiquiatra. É verdade, mas aprendi a ler, sou um pesquisador, sei ler artigos científicos. Não preciso ser um psiquiatra para saber sobre essa área.
Também, além desses psiquiatras que se sentem ameaçados, há outros que estão de acordo comigo. E há alguns que não utilizam drogas psiquiátricas. Há outros psiquiatras que estão mudando de opinião com base no meu trabalho, algo que me anima muito. Alguns não escutam, porque consideram aterrador demais. Se você acreditou em algo durante 30 anos, como vai alterar essa crença? Como vai dizer para si mesmo: “Eu estava enganado desde o começo, fiz muito mal aos meus pacientes”? Isso não é fácil, é mais fácil fechar os olhos e continuar como sempre.
P. Do jeito que você explica as coisas, dá a sensação de que as pessoas estão bem, começam a tomar remédios e pioram, e precisam parar de tomá-los para voltar a ficar bem. Mas as pessoas começam a tomar medicamentos porque estão mal, e quando deixarem de tomá-los é provável que a doença não tenha desaparecido.
R. É um pouco complicado. Quando as pessoas não se sentem bem e começam a tomar drogas, muitos sentem que elas ajudam. Mas o que não sabem é o que teria acontecido se não tivessem tomado nenhum fármaco. A maior parte das pessoas melhoraria em questão de semanas, sem necessidade de drogas. Quando você lhes dá um antidepressivo, muitos também melhoram em questão de semanas. Mas a diferença entre administrar a droga e um placebo é muito pequena, e esses testes clínicos não são confiáveis, porque não estão bem cegados. Tanto os médicos como os pacientes confundem o processo natural de cura que teria acontecido de qualquer forma, inclusive com uma psicose aguda, com o efeito do fármaco.
Por outro lado, os pacientes ficam nervosos quando deixam a medicação. Perguntam-se o que acontecerá, se voltarão a ficar deprimidos. E, sim, se deixarem um antidepressivo de um dia para o outro, muitas pessoas terão umadepressão em questão de dias, mas isto não é uma depressão real, é uma depressão fruto da abstinência. Agora seu cérebro mudou e, como um alcoólatra quando deixa o álcool, você vai se sentir mal.
A amiga Lu Marroco comenta: "Gostaria de destacar dois pontos: quando o entrevistado diz que o criador da lobotomia (que hoje horroriza meio mundo) já ganhou um Nobel por isso (ou seja, aquilo que já foi glorioso um dia pode mudar amanhã e se tornar repugnante para a ciência). Quando ele conta que sempre que tenta conversar a respeito dos antipsicóticos com psiquiatras estes psiquiatras não querem discutir ciência, mas, sim, atacá-lo. Não pude também deixar de pensar na naturalidade com que médicos prescrevem risperidona para crianças mal-humoradas ou com tdah... é a banalização do mal!"
Tudo verdade!


 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista.Especialista em Desenvolvimento Humano, defensora de uma infância saudável, antimedicalização. Escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 
blogs:
www.compromissoconsciente.blogspot.com.br


LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade




quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Diretor do FBI orienta que todos tampem a webcam com um adesivo

Há tempos que já adotei este recurso! Viu, gurizada?  Eu já fazia isso há tempos e vocês riam...




No início do ano, o diretor do FBI James Comey foi alvo de polêmica quando admitiu que ele próprio usa adesivos para tampar a webcam de seu laptop pessoal.
Enquanto alguns acharam irônico que o líder da agência de inteligência mais desenvolvida do mundo não consiga se proteger de outras formas, outras pessoas reclamaram porque anteriormente ele havia dito que as empresas de tecnologia não deveriam tentar tornar seus equipamentos não-hackeáveis para não dificultar o trabalho do governo nas investigações de criminosos, por exemplo.
Em nova entrevista concedida nesta semana, ele voltou a defender o uso de adesivos, e estendeu a orientação para todos. “Há algumas coisas sensatas que você deveria fazer, e esta é uma dessas”. Ele também afirmou que outros funcionários do FBI também cobrem suas webcams. “Se você for a qualquer escritório do governo, verá que todos temos uma coisinha em cima da tela que tem uma pequena tampa para fechar a webcam”, descreveu.
“Você faz isso para que pessoas que não tenham autorização não observem você”, complementou.
Ele também pediu que os americanos trabalhem na “higiene de segurança” e confiem menos em seus aparelhos, sem confiar na proteção oferecida pelas empresas fabricantes dos eletrônicos. [IFLScience]
Fonte: Hypescience


Reprodução sem óvulo - Cientistas reproduzem ratos sem necessidade de fecundar óvulo e espermatozóide

Mundo em perspectiva -  Reprodução de ratos prescindindo do óvulo abre novas perspectivas (Foto  AFP/Arquivos)

Pare um pouco e reflita sobre as mudanças advindas desta descoberta. Procriar sem necessidade do óvulo. Muda tudo! Visão sobre o Amor, crenças sobre Procriação, modos de encarar o ato sexual. A própria perpetuação da espécie! E os genes que querem que sejam utilizados!

“Tenho certeza de que isso vai nos dizer algo importante sobre a reprogramação nas etapas iniciais de desenvolvimento, que são relevantes tanto para a fertilização como para a SCNT (clonagem)”, disse o biólogo, do Francis Crick Institute, em Londres.

publicado neste blog em 15.setembro.2016
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2016/09/reproducao-sem-ovulo-cientistas.html



Cientistas conseguiram pela primeira vez fazer nascer um rato através de uma célula que não era um óvulo injetada com esperma, um método que abre novas perspectivas para a reprodução assistida em humanos, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (13.set.2016) na revista científica Nature Communications.
“Pensava-se que só um óvulo era capaz de reprogramar o esperma para permitir que o desenvolvimento embrionário aconteça. Nosso trabalho desafia esse dogma”, disse o autor principal do artigo, Tony Perry, da Universidade de Bath.
Existem dois tipos de células: as células reprodutivas meióticas (óvulos e espermatozoides) e as células mitóticas, que incluem a maioria dos tecidos e órgãos dos nossos corpos.
A reprodução de um mamífero requer a fusão de um espermatozoide e um óvulo, criando um embrião.
Mas, em vez de usar um óvulo meiótico para produzir os filhotes de rato, os pesquisadores usaram um tipo de célula mitótica chamada de parthenogenote.
O “embrião” foi formado sem fertilização, ao estimular quimicamente um óvulo para que este inicie o processo de divisão celular.
Pouco antes de se dividirem em duas células, as parthenogenotes foram injetadas com núcleos de esperma para fertilizá-las.
Os pesquisadores conseguiram fazer nascer ratos em 24% dos casos.
Esses pequenos ratos se tornaram adultos férteis, saudáveis e com uma expectativa de vida normal, destacou Perry em uma coletiva de imprensa em Londres.
Segundo vários especialistas entrevistados, essa pesquisa, que ajuda a compreender melhor os mecanismos de reprodução dos mamíferos, abre novas perspectivas em matéria de reprodução assistida.
Os autores, da Universidade de Bath (Grã-Bretanha) e de Regensburg (Alemanha), consideram possível inclusive que algum dia se possa prescindir dos óvulos para a reprodução.
Embora, por enquanto, se tenha que partir de um ovócito para fabricar as parthenogenotes, os resultados sugerem que outros tipos de células mitóticas, como células da pele, poderão um dia ser usadas para criar descendentes, disse Perry.
Isso poderia abrir a possibilidade para homens homossexuais, mulheres mais velhas ou casais inférteis terem filhos com o DNA de ambos os pais.
“Imagine se qualquer célula mitótica pudesse reprogramar um espermatozoide. Então, não haveria a necessidade de óvulos”, disse Perry à AFP. “Isso pode revolucionar a reprodução”.
“É um artigo muito interessante e uma proeza técnica”, comentou Robin Lovell-Badge, biólogo britânico especializado em genética de células-tronco, que não participou do estudo.
“Tenho certeza de que isso vai nos dizer algo importante sobre a reprogramação nas etapas iniciais de desenvolvimento, que são relevantes tanto para a fertilização como para a SCNT (clonagem)”, disse o biólogo, do Francis Crick Institute, em Londres.
O estudo conseguiu demonstrar que a ativação do genoma paterno contido no sêmen, que desencadeia a formação do embrião, “pode ser feita em um estado mais tardio do que o previsto inicialmente, não só no ovócito”, observa Marie-Hélène Verlhac, pesquisadora francesa do instituto de pesquisa CNRS.
“Então podemos imaginar usar as parthenogenotes” no tratamento de fertilidade humana no futuro, reduzindo a dependência de óvulos que são notoriamente difíceis de coletar, acrescentou.
Fonte: IstoÉ
AFP - 13.setembro.2016

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Jogo dos 7 erros - só para adultos - A ignomínia humana


leão é morto em jaula após atacar treinador. De quem é a culpa?

Por Marise Jalowitzki

Sim, são cenas fortes. Muitos não vão querer olhar só por isso. Concordo.
Sim, são cenas fortes. Muitos não querem conhecer a canalhice dos seres humanos, que subjugam um animal potente, retiram-no de seu habitat, o expõem em espetáculos que ele abomina. O bicho tem fome, está acuado, estressado. Como selvagem, procura o alimento que, no caso, é o arrogante animal humano que se advoga o direito de subjugar o animal selvagem. Concordo.
As cenas do video, provavelmente uma filmagem, trazem a exposição de sangue (quiçá tinta) e o animal, ao sentir o gosto na primeira mordida, reage como selvagem predador que é. De quem é a culpa?
Ao final de todo o macabro espetáculo, o que resta? Os socorros ao humano que, provavelmente, morre e a agonia solitária do leão, sim, pois a ele nenhum socorro será dado. A ele, só resta ser jogado em vala comum e amaldiçoado por ter matado um humano.

Onde estão os 7 erros?
1 - acreditar que somos a espécie dominante, só porque subjugamos
2 - acreditar que todos os outros animais são seres inferiores
3 - retirar sem piedade as diferentes espécies de seu habitat natural
4 - não se importar com o sofrimento, a solidão, o isolamento do animal capturado e cativo
5 - expor a situações grotescas e estressantes um animal que tem em seu dna as características da liberdade e que age por instinto
6 - a não prática da compaixão e da solidariedade, o humano pensando apenas em obter lucro e notoriedade em suas ações, independente do sofrimento alheio
7 - a prática do desamor, esquecendo que todas as espécies aportam ao planeta para usufruir de direitos iguais de viver em seu habitat, livres e dignos.

SÓ VAI MUDAR QUANDO A GANÂNCIA E O LUCRO FÁCIL DEIXAREM DE SER AS PREMISSAS!

Querendo, assista ao video:
https://www.youtube.com/watch?v=x4rpPLKqFGY

Leão e treinador mortos

Leão mata tratador em zoo de Seul - http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=759694

Leão mata tratador em zoológico da Etiópia http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/09/130916_leao_etiopia_lk 


Leão africano escapa de jaula em zoo e mata um camelo na Indonésia -  http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/02/leao-africano-escapa-de-jaula-em-zoo-e-mata-um-camelo-na-indonesia.html


Petição pede pelo fim do zoológico de Araçatuba (SP) e transferência dos animais para santuários 

Pelo Fim do Zoológico em Araçatuba e Transferência dos Animais Para Santuários