sexta-feira, 17 de julho de 2015

Precisamos discutir os diagnósticos de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH - Dr.LF Tófoli


Em 6 de julho de 2015, a reunião de altas autoridades em direitos humanos do MERCOSUL recomendou que os Ministros da Saúde dos países participantes estabeleçam diretrizes comuns para prevenir a excessiva medicalização de crianças e adolescentes e que construam protocolos nacionais a respeito do tema.



Questões coletivas são tomadas como individuais; problemas sociais e políticos são tornados biológicos. Nesse processo, que gera sofrimento psíquico, a pessoa e sua família são responsabilizadas pelos problemas, enquanto governos, autoridades e profissionais são eximidos de suas responsabilidades



Precisamos discutir os diagnósticos de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH


Por Luís Fernando Tófoli
publicado neste blog em 17.julho.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/07/precisamos-discutir-os-diagnosticos-de.html


Importante vitória para aqueles que lutam contra a excessiva medicalização da infância e da adolescência!
Em 6 de julho de 2015, a reunião de altas autoridades em direitos humanos do MERCOSUL recomendou que os Ministros da Saúde dos países participantes estabeleçam diretrizes comuns para prevenir a excessiva medicalização de crianças e adolescentes e que construam protocolos nacionais a respeito do tema.
Precisamos discutir os diagnósticos de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)!
Entre 2003 e 2012 o consumo de metilfenidato cresceu 775% no Brasil, o que o tornou o segundo maior mercado mundial do medicamento que também é conhecido pelo nome comercial de Ritalina. O medicamento é utilizado para tratamento de problemas de aprendizagem ou de comportamento devidos a atitudes de desatenção ou hiperatividade em crianças e adolescentes, diagnosticadas com TDAH. Existem controvérsias profissionais e científicas quanto à existência do transtorno, quanto à abordagem terapêutica mais correta e quanto aos efeitos colaterais e aos impactos do tratamento no desenvolvimento das crianças e adolescentes. 

O TDAH vem sendo apontado como causa frequente nos problemas de ensino e de comportamento, com consequente aumento no consumo de medicamentos. A sociedade brasileira vive um processo crescente de medicalização, entendido como o processo que transforma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. Problemas de diferentes ordens são apresentados como “doenças”, “transtornos”, “distúrbios” que escamoteiam as grandes questões políticas, sociais, culturais, afetivas que afligem a vida das pessoas. Questões coletivas são tomadas como individuais; problemas sociais e políticos são tornados biológicos. Nesse processo, que gera sofrimento psíquico, a pessoa e sua família são responsabilizadas pelos problemas, enquanto governos, autoridades e profissionais são eximidos de suas responsabilidades.

Em 2013, a Prefeitura Municipal de Campinas – SP; publicou um protocolo visando o controle do metilfenidato, sendo que sua utilização via assistência farmacêutica , se dá com o preenchimento do formulário especifico e acompanhamentos periódicos além de exames de controle. O uso do protocolo já indicou um maior controle sobre o abuso da medicação, com cerca de 60% na redução de sua dispensação. Recentemente a Prefeitura Municipal de São Paulo – SP, através da Portaria nº 986/2014 da Secretaria Municipal de Saúde, publicou igualmente protocolo de prescrição e dispensação de metilfenidato.
Luís Fernando Tófoli - Psiquiatra. Professor-doutor do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Brasil.
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Vários países, há anos, já reuniram suas comissões de bioética médica para discutir este tema!
Que o cone Sul se apresse, pois já está bem defasado!
E nós, o Brasil, no triste 2º lugar do pódium de maior consumo de metilfenidato do mundo!




Querendo, leia também:







Por Marise Jalowitzki







Metilfenidato, Ritalina e Concerta - Parecer
nº 18/2011 - Comissão Consultiva Nacional
de Ética Biomédica da Suíça

Por Marise Jalowitzki
05. julho.2014















Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e o
 uso de medicamentos em crianças, adolescentes e adultos

TDAH e o uso de medicamentos - Aprimoramento, liberdade pessoal, diversidade, riscos para a saúde e desenvolvimento da personalidade - A posição da NEK - Suíça

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http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/05/tdah-efeitos-colaterais-e-riscos-devido.html








 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:
www.tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br


LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade








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