sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

TDAH tem cura?

De acordo com o ambiente, os sintomas (ou características) praticamente desaparecem. Dr. Bruce Perry: "Melhor conceber TDAH como uma descrição, não uma doença." 

TDAH tem cura?
Uma mãe comenta do quão a assustam, tentando convencê-la que, caso não ser ritalina (ou similar) a seu filho, ele vai se tornar "dependente" de drogas no futuro.

Alberto Chaves de Oliveira, Coordenador de Políticas sobre Drogas no Estado de São Paulo, comenta que é exatamente o contrário: 30% a 50% de jovens dependentes declaram já ter abusado no uso de metilfenidato, pelo efeito igual ao da cocaína (o que é comprovado e divulgado pelo NIMH - National Institute of Mental Health - que o Brasil segue).

Analisemos como fica a autoestima e a autoconfiança de uma criança que, desde tenra idade, só "aprende a funcionar" usando o "comprimidinho mágico", cujo efeito (quando dá certo) só dura algumas horas? Quem cria a dependência?
De acordo com o ambiente, os sintomas (ou características) praticamente desaparecem.
Marise Jalowitzki
Educadora, escritora, especialista em Desenvolvimento Humano
Livro, Blog, Grupo e Página TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM





Por Marise Jalowitzki
16.janeiro.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/01/tdah-tem-cura.html


Esta é uma pergunta que muitas mães e adultos fazem.

Como responder a uma pergunta que fala em "cura" se tdah não é uma doença?
Vamos falar, então, em características, modos de ser e sentir. Ou, como declara Bruce D. Perry - Descrições. TDAH como descrições.

As descrições, as reações (ao meio ou às cobranças deste) que costumam ser de impulsividade ou apatia, de raiva ou timidez, de agressividade ou encolhimento, costumam, se tratados convenientemente (terapia cognitivo-comportamental, meditação, atividades que despertem o interesse, etc. sim, tudo isso ameniza e fica contornável. Vários, vários médicos afirmam isso. Por esta razão é que existe esta polêmica sobre "se tdah existe ou não existe". O que afirmam (e são inúmeros) é que, caso O AMBIENTE esteja condizente com o que a criança e-ou jovem ou adulto tem para oferecer (menos pressão, mais compreensão, mais tempo, mais paciência e perseverança), estas características (hiperatividade, resultados 'diferentes', não realizar as tarefas, impulsividade e agressividade, etc.) simplesmente d-e-s-a-p-a-r-e-c-e-m!!!

Como o mundo (leia-se sociedade) costuma ser bastante cruel com os que não se enquadram nos comportamentos tidos como "normais", é preciso conscientizar cada vez mais os pais para que o empenho seja sempre maior no sentido de obter a inclusão das crianças, co-responsabilizando todo o entorno em uma parceria efetiva: familiares, escola, mais tarde emprego, etc. O que não é fácil, pois a maioria gosta muito mais de usar as mãos para apontar o dedo indicador para o outro do que usar as mãos e os braços para acolher e abraçar!! Mas este é o desafio: Ampliar o número de pessoas solidárias, que sabem que a Inclusão é a melhor maneira de obter resultados satisfatórios para todos!



À medida que a criança e-ou adolescente vai se sentindo aceita como é, recebendo Carinho e Compreensão continuados, Afeto, Toque, ela vai voltando a confiar em algumas pessoas. E, assim, solta-se mais, fica mais serena, consegue dar respostas mais assertivas, convive melhor.

O excesso de julgamentos e críticas faz com que a criança se torne arredia, por estar confusa entre o que sente e o que exigem dela, começa a agir por impulso - o que embota o raciocício lógico e, não raro, torna-se agressiva.

Assim, tendo um ambiente onde possa se expressar, onde se sinta integrada, "normal como os demais", a Cura acontece naturalmente.

Dentro do que os médicos classificam como TDAH, há muitos e muitos níveis, até porque não existe um diagnóstico igual ao outro. Leve, Moderado, Severo, Grave. E, mesmo dentro deste diagnóstico,  deste prisma científico, sempre que levadas em consideração as habilidades inatas de cada indivíduo, ele pode desenvolver-se (e se dar bem!) o que o deixará sereno e confiante. Mesmo os mais herméticos cientistas e psiquiatras afirmam isso.



No Capítulo 11 do Livro TDAH Crianças que Desafiam - Hiperativos Famosos, consta o que segue:

"Inteligência e TDAH
Alguns expoentes mundiais conseguiram romper essa cadeia que prende o mental ao socialmente instituído (e que desconsidera sentimentos e desejos para a construção de um cidadão apto a viver em um mundo de paz e evolução crescentes). Esses expoentes, que o mundo hoje reconhece e reverencia, também sofreram para romper os grilhões impostos, lidaram com a rejeição, muitos foram humilhados e ridicularizados publicamente. No mínimo, deram muito trabalho aos pais e educadores... os de épocas mais antigas devem ter recebido muita palmatória e vexames... Naqueles tempos nem se cogitava em TDAH, termos como transtorno mental e déficit de atenção não estavam catalogados nos manuais médicos. 

Entretanto, com o crescente debate sobre TDAH e seus alardeados sintomas, alguns analistas enquadraram os famosos no transtorno, já que sua biografia mostra o quão parecidos foram-são seus comportamentos em relação a muitas crianças e adolescentes diagnosticados com TDAH. A ação é boa, pois corrobora tudo que comentamos aqui: explorar a criatividade única em cada ser é direito inafiançável. Dar espaço para a manifestação da criatividade, fundamental. O que está em discussão é: Pais e Professores, dá para baixar a pressão? É preciso um olhar diferenciado! Ninguém exclui a realidade dos fatos, o sofrimento das crianças e adolescentes em não serem aceitos e bem vistos. Quem quer ser rejeitado nesta vida? Ninguém tem prazer nisto. A prerrogativa é rever o excessivo consumo de Ritalina e Concerta, o metilfenidato, em crianças! O que merece repúdio é a prescrição rápida e descompromissada. O que precisa ser excluída é a pressa em encaminhar para tratamento medicamentoso o que deve, em primeiro lugar, passar por avaliações e acompanhamentos psicológicos." (págs. 160 e 161 - Livro TDAH Crianças que Desafiam)

"Segue uma relação de famosos que foram/são considerados inadequados ou desajustados para seu tempo. Não quer dizer, em absoluto, que eles foram excepcionais devido ao fato de ter TDAH, ou que chegaram lá por terem os sintomas. Não. A afirmação é: Dá, sim, para realizar grandes feitos, mesmo sendo inquieto, distraído, desatento.

  • Abraham Lincoln – (1809-1865) – presidente dos USA
  • Alexander Graham Bell - (1862-1939) Inventor do telefone
  • Albert Einstein - (1879-1955) – físico (só falou com 4 anos, conseguiu ler alguma coisa aos 7 anos, era extremamente distraído em questões cotidianas, como vestuário, por exemplo)
  • August Rodin – (1840-1917) – artista plástico e escultor
  • Bill Cosby - ator
  • Dustin Hoffman - ator
  • Ernest Hemingway  - excelente escritor americano, famoso também por suas crônicas sobre mentirosos
  • Galileo Galilei - (1564-1642) – matemático, astrônomo e filósofo.
  • Isaac Newton – (1642-1727) – cientista e matemático - “Só vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes” – disse. Um deles era Galileo Galilei.
  • Jim Carrey – ator
  • John Lennon – (1940-1980) - cantor e compositor - um dos Beatles
  • Kirk Douglas - ator
  • Leo Tolstoy – famoso escritor russo
  • Leonardo da Vinci - (1452-1519) - inventor/artista plástico
  • Ludwig Van Beethoven - (1770-1827) - compositor 
  • Magic Johnson – jogador de basquete
  • Michael Jordan – jogador de basquete 
  • Muhammad Anwar al-Sadat - (1918-1981) - presidente egípcio,
    ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1976
  • Napoleon Bonaparte – (1769-1873) – imperador francês
  • Nostradamus – (1503-1566) – físico e profeta
  • Pablo Picasso – (1882-1973) – artista plástico
  • Salvador Dali – artista plástico
  • Sócrates – (470 a 399 A.C. – 70 anos) – filósofo grego – condenado a tomar veneno devido às suas ideias humanistas
  • Steven Spielberg  - cineaste e diretor de cinema
  • Tom Cruise – ator
  • Thomas Edison - (1847-1931) - inventor da lâmpada (suas professoras disseram que ele era tão estúpido que não seria capaz de aprender nada) 
  • Vincent Van Gogh - pintor
  • Walt Disney - (1901 - 1966 ) - criador do império Disney - (um editor de jornal o demitiu porque ele não tinha boas ideias)
  • Whoopi Goldberg - atriz
  • Wolfgang Amadeus Mozart – (1756-1791) – músico e compositor"
(págs. 164 e 165 - Livro TDAH Crianças que Desafiam)



"Rudolf Steiner, que criou o Método Waldorf, foi um precursor na qualidade da aprendizagem. Tal qual a primeira escola instituída na Alemanha, em 1919, a pedagogia Waldorf permite a expansão das capacidades da criança, formando um adulto integrado, onde pensar, querer e sentir interagem em sintonia, sendo exercitados todos os dias.

São propostas que ganham espaço, gradativamente, no mundo todo. Entretanto, quantas gerações ainda terão de passar pelos moldes tradicionais até que seja oferecido um melhor padrão de ensino-aprendizagem, que valorize além da capacidade mental? O que está segurando para que o modelo pedagógico se aproxime mais daqueles que visa formar? Perguntas que exigem respostas urgentes e que vamos continuar discutindo."
(págs. 159 e 160 - Livro TDAH Crianças que Desafiam)


 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

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