segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A engrenagem - Alimentos, Animais, Você











26.janeiro.2015
Transcrito do video do Instituto Nina Rosa: A Engrenagem
Algumas adaptações por Marise Jalowitzki
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/01/a-engrenagem-alimentos-animais-voce.html


A Engrenagem é o nome de um documentário produzidos pelo Instituto Nina Rosa e traz um questionamento importante: Você já se perguntou de onde vem nossa comida e quais os impactos que ela nos traz? Resolvi transcrever o documentário para reflexão, para todos aqueles que não gostam de assistir a um video longo sem saber ao certo o que contêm. Acompanhe os principais tópicos, veja quão interessante é todo o conteúdo. Um documentário muito esclarecedor.

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Caso for usar parte ou todo o conteúdo escrito, não deixe de mencionar
O link original (video): https://www.youtube.com/watch?v=KmIprNpcd94
O Instituto Nina Rosa
A pessoa que fez a transcrição do audio para escrita: Marise Jalowitzki

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A ONU (Organização das Nações Unidas) há muito vem alertando sobre a questão alimentar e o que os modelos e dietas adotados podem representar ao planeta.
- Em 2010 a ONU anunciou: "Nós precisamos reduzir o consumo de produtos animais para reduzir os impactos ambientais!" 
- Em 2011 a ONU recomendou que os cidadãos começassem a comer insetos aos invés de carne bovina, suína e de aves, já que possuem os mesmos níveis protéicos e considerando a necessidade de economizar água. 

Laboratórios no mundo inteiro estudam formas de produzir carne sintética e em muitas prateleiras de supermercados (incluindo supermercados brasileiros) já existem carne de frango e bovina que foram fabricados em laboratório, a partir de células tronco duplicadas ou de cereais modificados. As impressoras 3D já produzem hambúrgueres e pizzas.

Atualmente crescem os fóruns de discussão sobre a adoção de dietas alimentares que não sejam predominantemente à base de carne e seus derivados. Surge o debate sobre o veganismo, que envolve também a diminuição da poluição atmosférica, a preservação de recursos vegetais e hídricos, e muitas outras questões. Como se vê, vai bem além de simplesmente parar de comer carne ou, pelo menos, diminuir significativamente o consumo.

Não dá para acreditar que colaborar com o planeta se fundamente apenas em reciclagem e cuidar das sacolinhas plásticas. A questão é bem mais ampla e precisa ser revista principalmente na questão de como se produz. O que se produz. O que se consome. De onde vem o que consumimos.

"Assim, escolher melhor o que consumimos, levando em conta de onde vem os produtos e de como são produzidos, vai fazer toda a diferença: para a ecologia, para a qualidade de vida humana" (incluindo a dos miseráveis nas regiões mais tristes, onde crianças selecionam lixo eletrônico a céu aberto, sem nenhuma proteção!), para os animais, para as reservas de água, para o clima.

"Sim, porque tudo que a gente consome tem algum tipo de impacto no meio ambiente.Os produtos não surgem do nada. Eles precisam de toda uma cadeia de produção, transporte e distribuição, até chegar à prateleira do supermercado. Queijo, ovos, salsicha, frango, leite, todos esses produtos pertencem à cadeia de produtos de origem animal e são responsáveis por 18% de toda a poluição, a emissão dos gases de efeito estufa. Isso é mais do que todos os veículos do planeta juntos!
Pense nisso: quando você se alimenta de um produto de origem animal, também ali estão embutidos energia, água, desmatamento. Degradação ambiental, doenças, exploração animal, dor e muita, muita ganância.


Saia fora desta engrenagem! 


"Por ano, são mortos 70 bilhões de animais só para consumo humano. No Brasil, há mais bois do que pessoas. São 205 milhões. 4 bilhões de frangos são abatidos no Brasil por ano. 40 milhões de porcos.
Quanta comida, quanto espaço, quanta água o homem utiliza para a produção de carne?E a poluição que toda esta indústria provoca, desde a inseminação até a oferta na prateleira do supermercado?

"Alemanha, Áustria e Itália juntas – esta é a área já desmatada na Amazônia. 91% das áreas são desmatadas para pastagens ou plantações de grãos (soja e milho), para servir de ração aos bovinos. Bovinos que não nasceram para comer ração, eles nasceram para comer grama! 70 milhões de hectares. Este desmatamento destrói o solo, polui as águas.

"Um boi leva em média dois anos para crescer, ocupa 1 hectare (dez mil m quadrados) e gera 210 kg de carne.
Neste mesmo período de tempo, em um hectare, pode-se produzir:
5 toneladas de feijão ou 16 toneladas de trigo, ou 13 toneladas de arroz, ou 40 toneladas de tomate, 04 ton de cenouras, ou 23 toneladas de milho. Faça a contabilidade! Quanta comida seria possível produzir para matar a fome de quem não tem o que comer!

"Uma coisa que todo mundo precisa fazer é economizar água, porque ela é um recurso natural precioso e cada vez mais escasso. De acordo com a OMS mais de um bilhão de pessoas já não tem acesso à água potável e a cadeia de produtos animais utiliza muita água.




"Para produzir um ovo de granja são necessários 200 litros de água!

1 kg de carne bovina = 15.000 litros de água
1 kg de carne suína = 5.988 litros de água
1 kg de queijo = 5.288
1 kg de carne de frango = 4.325
1 kg de milho = 1.222
1 kg de banana = 790 litros de água
1 kg de laranja = 560 litros de água

Ou seja, um bife de 200 g precisou de mais ou menos 3.000 litros de água!  É um mito dizer que estes animais são criados para alimentar a população do planeta! Existe 1 bilhão de pessoas passando fome no mundo. Mas não porque não existem alimentos! Mais da metade da produção mundial de grãos é consumida em forma de ração pelos animais criados para consumo de alguns humanos! Em vez de plantar grãos, que vão alimentar animais que vão servir de alimento para poucos que podem pagar pela carne, porque não alimentar diretamente todas as pessoas, que tem igual direito no mundo a receber alimento?

Metade dos grãos e hortaliças que os animais consomem seriam suficientes para acabar com a fome no mundo. Pode parecer uma conta simplista e ingenua, mas ela é real! Pra se ter uma ideia, com os cereais que são necessários para gerar um bife de 250g de carne bovina é possível alimentar 40 pessoas! Então, na verdade, esta engrenagem não deixa acabar com a fome!

Como qualquer outra indústria, a engrenagem que produz carne e seus derivados precisa produzir o máximo com o mínimo de custo! Surgem os confinamentos, hoje especialmente construídos para suínos e aves, os chamados sistemas intensivos, que podem abrigar milhares de animais em espaços bem pequenos. Os dejetos da criação e do abate são despejados no subsolo, contaminando lençóis freáticos, os rios e consequentemente o mar! 

Tudo o que a gente afirmou até agora não é invenção de ecologistas fanáticos, pregando o fim do mundo. Estas informações são baseadas em dados científicos e estatísticas oficiais.


Se você levou 1’48” para ler até aqui, saiba quem durante este tempo, foram abatidos:
1000 bois e vacas
170 mil galinhas
4.500 porcos
3.800 coelhos
8.200 patos
1.800 ovelhas
2.500 perus

Todos os dias nós somos bombardeados por comerciais que não se cansam de vender  a ideia de que só comendo produtos de origem animal em todas as refeições é que a gente pode ter as proteínas, as vitaminas, o cálcio e o ferro necessários para sermos sadios e felizes. Mentira! Eles só querem vender! Eles "esquecem" de mencionar que as pessoas também vão engordar, vão ficar mais sujeitas a doenças cardiovasculares, a vários tipos de câncer, diabetes, alergias e muitos outros problemas de saúde. 

Uma pesquisa de 2012, feita pela Universidade de Harvard provou que o consumo diário, mesmo que pequeno, de carne vermelha processada pode aumentar em até 20 por cento o risco de morte prematura. 



Alguém já ouviu dizer que couve-flor faz mal? Que o consumo diário de banana é prejudicial à saúde? Que arroz integral está associado a algum tipo de câncer? É claro que não! Uma alimentação balanceada, sem carne, tem efeitos protetores sobre nosso organismo, porque tem mais fibras, mais gordura de boa qualidade, mais antioxidantes.

80% das espécies marinhas exploradas pela pesca já estão esgotadas ou em declínio.

A pesca do camarão, por exemplo, é extremamente predatória! 
Para cada um quilo de camarão pescado, podem ser jogados fora até 20 kg de outros animais que vieram juntos na rede de pesca! Muita gente acredita que consumir camarão criado em cativeiro é menos predatório. Mas isto é um grande equívoco! As fazendas de camarão estão poluindo e destruindo os manguezais, que são ecossistemas importantíssimos. E essas fazendas estão se espalhando pelo mundo todo! É muita devastação! A gente precisa parar essa engrenagem, porque nós só temos um planeta e desse jeito, ele não vai aguentar muito tempo! 

No Brasil, a fiscalização é precária e o poder da industria agropecuária é imenso. Mas a gente tem de fazer a nossa parte, divulgando essas informações, deixando de consumir esses produtos e também pressionando o governo, para que tome medidas sérias para preservar o meio ambiente.


O fato é que esta indústria existe porque tem consumidores. Então, são os consumidores que tem o poder de fazer esta engrenagem parar! Trocar um açougue por uma mercearia é uma troca ecológica, sustentável e saudável! 

Hoje, temos alternativas para mudar o padrão de alimentação imposto por esta engrenagem. E temos informação suficiente pra elevar nossa consciência e assumir a responsabilidade que temos como seres humanos! Seja pelo respeito aos animais, seja pela sua saúde, seja pela Terra que é a nossa Casa!" 

Fontes:
UNESCO - IHE 
Institute for Water Education
Embrapa
Instituto Peabiru
FAO - ONU
Ministério da Pesca e Aquicultura (Boletim Estatístico 2010)
União Brasileira de Avicultura ( Relatório Anual 2010 - 2011)
Humane Society International 
OECD - FAO

Idealização: Paulo Vasconcellos
Realização: Instituto Nina Rosa
Inspirado no filme The Story of Stuff (A História das Coisas) de Annie Leonard 


O documentário tem a participação voluntária da modelo e apresentadora Ellen Jabour e do ator Eduardo Pires


Se você levou 7min para ler até aqui, saiba quem durante este tempo, foram abatidos:
3.884 bois e vacas
621.484 galinhas
17.006 porcos
14.027 coelhos
29.928 patos
6.728 ovelhas
9.032 perus


Uma dieta vegetariana apresenta:
Redução de até 35% de redução do colesterol em vegetarianos estritos.
Redução de ate 31% de mortes por infarto.
Redução de até 50% de aparecer diabetes.

Veja o que diz a maior associação de nutricionistas do mundo, a Associação Dietética Americana e Nutricionistas do Canadá:
"Dietas vegetarianas ou veganas, corretamente planejadas são saudáveis, adequadas em termos nutricionais e trazem benefícios para a saúde, na prevenção e no tratamento de determinadas doenças."


Estes benefícios já foram reconhecidos por várias instituições conceituadas em todo o mundo, dentre elas:
American Institute for Cancer Research
American Heart Association
FDA - Food and Drug Administration
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

Você sabia que o homem é o único animal que continua se alimentando de leite mesmo depois de adulto? Quando a nossa mãe não produz mais leite, a gente rouba dos filhotinhos. As vacas, como todas as fêmeas, inclusive as mulheres, só produzem leite quando precisam alimentar seus filhotes. 
Você considera mesmo que o ser humano tenha o direito ao estupro das vacas, usando os animais não humanos como se fossem objetos? (Marise Jalowitzki) - Imagem Instituto Nina Rosa


Assim, as vacas, para produzir leite, são inseminadas contra a sua vontade, pra ficarem sempre grávidas. Assim que o bezerrinho nasce, ele é separado da mãe, para que o leite possa ser extraído da vaca e destinado para nós, os humanos. Nós é quem vamos tomar o leite que foi feito pra ele. 

Os bezerros machos de raças leiteiras não tem valor comercial, porque nunca vão dar leite. Então, a maioria é vendido ao salsicheiro ou criados durante seis meses para a produção de vitela. Nessa engrenagem, o lucro está acima de qualquer compaixão. As vacas recebem hormônios de crescimento, hormônios pra sincronizar o cio, pra produzir muito mais leite do que o normal. Suas tetas ficam enormes e inflamadas. Ai, precisam tomar antibióticos e todas estas substâncias podem passar pra nós, através do leite e também de seus derivados (queixo, iogurte, manteiga, sorvetes, etc.).

Você fazia ideia de que tomar um simples copo de leite provocava tudo isso?


Se você levou 10’ para ler até aqui, saiba quem durante este tempo, foram abatidos:
5.755 bois e vacas
921.045 galinhas
25.204 porcos
20.788 coelhos
44.412 patos
9.972 ovelhas
13.385 perus

Para não chocar os consumidores, o que acontece dentro de um frigorífico ou dentro de um matadouro é trancado a sete chaves. Quer dizer, pode pode consumir, mas não pode ver como foi feito! É claro que não! Porque se você visse, dificilmente comeria! 


(Imagem Instituto Nina Rosa)


A imagem do produto vem disfarçada. Assim, quando você come um hambúrguer, ou um cachorro-quente, nem se lembra mais que aquela carne um dia pertenceu a um ser vivo, um animal igual aos pets, seus cães e gatos de estimação que você tem aí na sua casa e que você tanto ama! 

E isso de você não correlacionar os fatos é muito interessante para a indústria! Quanto menos você percebe, menos você pensa, mais você consome! Você comeria seu cachorro? 

Outra estrategia para fazer com que a gente coma mais carne é fingir que os animais vivem bem! Frango Feliz - O restaurante da Família; Vaquinha pastando Tranquila, Perus "contentes" em estar na mesa... Nos comerciais e nas embalagens os animais aparecem bem cuidados, vivem alegres, mas a verdade é tão diferente! 

Para comer um ovo comum, as galinhas passam a vida inteira presas a um espaço do tamanho de uma folha A4! Elas vivem em gaiolas abarrotadas, só comendo e botando ovos! E elas só saem dali para o abatedouro, quando não conseguem mais botar ovos no ritmo exigido! É uma verdadeira linha de produção! Os frangos são criados amontoados, em galpões enormes! As novas tecnologias podem acomodar até 22 aves em um espaço de um metro quadrado! Você acha isto natural?

A média de crescimento de um frango criado em confinamento é de 40 dias! Na natureza, eles nunca cresceriam tão rápido nem teriam esse peito enorme como os frangos criados nesse sistema intensivo. Eles mal podem andar! Mas o peito é a parte mais cara!! Entendeu?

A vida de perus, codornas, patos, gansos e outras aves criadas para o nosso consumo, não é diferente! 

E os peixes, que morrem de um modo horrível, asfixiados, agonizando lentamente! Na criação intensiva, os porcos são obrigados a viver na sujeira, amontoados. As porcas exploradas pra reprodução, passam longos períodos em baias tão pequenas que não conseguem nem virar o corpo! Esses animais vão passar a vida inteira presos nesses lugares. Eles nunca vão sentir o calor do sol, eles nunca vão pisar na terra. Não pode haver tortura maior! 

Maltratar animais é crime previsto por lei! Então, porque essas leis não são aplicadas a esses animais? Talvez porque haja uma indústria muito lucrativa por trás! 

A gente está falando de uma linha de produção. Os animais, sozinhos, nunca se reproduziriam nesta escala!Esses modelos de produção intensiva foram baseados nos modelos de produção das fábricas mesmo. E só se tornaram lucrativos de fato depois que surgiram as vitaminas, os antibióticos e as vacinas, criadas para reduzir as doenças provocadas por essas tristes condições de vida. 

E não se iluda com o que chamam de carne orgânica, frango caipira... esse sistema pode ser menos nocivo ao meio ambiente, os animais até vivem melhor, mas o final será sempre o mesmo: o abatedouro! Acabam sendo mortos do mesmo jeito! Eles são criados para serem mortos! 

Poderíamos ficar falando um tempão sobre outras atrocidades impostas aos animais pela indústria da carne. Poderíamos falar dos leitõezinhos, dos vitelos, dos coelhos, jegues, búfalos, cavalos, poderíamos falar do que chamam de "abate humanitário"... Mas você não acredita que matar um animal possa ter alguma coisa de humanitário, não é? 


Se você levou 15’ para ler até aqui, saiba quem durante este tempo, foram abatidos:
8.045 bois e vacas
1.284.732 galinhas
35.232 porcos
28.996 coelhos
61.949 patos
13.927 ovelhas
18.870 perus



Nina Rosa e Ellen Jabour







O ator Eduardo Pires participou do projeto “Calendário Veg 2013″ (Foto: Fabio Stachi) 
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