quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mortes em escola no Rio - Criminóloga Ilana Casoy diz: Franco atirador carioca não é psicopata

Serial Killer do Rio - Procurando entender motivos, razões, perfil

Criminóloga Ilana Casoy diz: Franco atirador carioca não é psicopata


Por Marise Jalowitzki
07.abril.2011
http://t.co/OyId7Ee

Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, no Rio, alvo de mortes em série nesta manhã (07.abril.2011) torna o Brasil mais um integrante da desconfortável lista de crimes em série. Dia em que a Escola comemora seus 40 anos de existência. Aqui, como em países como EUA, Inglaterra, Austrália, também foi uma instituição de ensino. Um ex-aluno entra na escola, sob o pretexto de dar uma palestra, está com duas armas (uma calibre 32, outra, calibre 38 - pesadas, grandes) e muita munição.
Onde aprendeu a manejar as armas?
Onde adquiriu os revólveres?
Onde adquiriu a munição?
Onde aprendeu a recarregar rapidamente, já que um 38 só tem capacidade para 6 tiros?

Sem antecedentes criminais, aparentemente, sem estar ligado a nenhuma gang ou quadrilha.

A irmã de criação diz que há meses o rapaz tinha um comportamento estranho, falava coisas incompreensíveis, passava quase o dia todo frente ao computador. Também diz que não o via há mais de 08 meses.
Perdeu recentemente pai e mãe adotivos.

Bulling - o menino que revidou a agressão

Quando, há questão de dias, vimos o menino gordinho, bonitinho, olhos azuis, virar herói mundial por ter reagido às agressões de que era alvo há anos, todos lhe deram os parabéns, seja pessoalmente, seja virtualmente. Arranjou milhares de fãs por todo o mundo.

O que o pai declarou à imprensa?
Que iria estar ainda mais perto de seu filho, que iria sair mais a passear e pescar com ele. Que precisava ouvi-lo mais. O que há nessa resolução? A sábia constatação de que o adolescente precisa de mais companhia, de mais diálogo, para que, passado o rush da fama, não volte a ser o mesmo sofredor introspectivo de sempre.

Mesmo quando assisti ao video com os meus netos, e todos rimos quando o petulante coleguinha recebeu a guinada e acabou quebrando a perna, ao terminar o video, comentamos o episódio. Salientei o quanto podia ser divertido VER UM VIDEO, mas que, na vida real, a coisa era bem diferente. O menino- agora-herói, se tivesse matado o colega pentelho, hoje estaria recolhido a uma instituição sócio-educativa e, provavelmente, teria seu futuro estragado.

Comentamos que era muito ruim esperar tanto tempo (no caso do menino, vários anos) até dizer do bulling que vinha recebendo, até para que o pai pudesse buscar alguma providência, ou, pelo menos, aumentar sua presença junto ao filhote.

Terminamos concluindo que: violência só gera mais violência, embora todos, de alguma forma, se sentiam "vingados" pela reação do rapazinho.


Todos temos condições de dar e receber amor

É preciso agir preventivamente.

Agora, com o trágico episódio brasileiro, a pergunta recorrente é: o que leva uma pessoa a cometer um ato desses?

As especulações são muitas:
- isolamento
- perda familiar
- muito tempo pesquisando sabe-se-lá-o-que em internet
- falas incompreensíveis, falando em islamismo
- carta de teor "fundamentalista"
- bulling.


O convívio grupal é fonte de saúde quando bem dirigido. Cabe a todos proporcionar a todos uma harmoniosa vida em grupo.



Entrevistada, a Dra. Ilana Casoy, criminóloga é taxativa:

"- Não se trata de um psicopata. Psicopatia não é doença. Este rapaz era um doente mental. Muito provavelmente sofreu bulling quando estudava.

Todos os casos de que temos conhecimento possuem um perfil semelhante: introspecção, antissocial, não reage, leva um vida silenciosa.

Isso fica armazenado na cabeça do indivíduo e ele se prepara com cuidado e detalhismo para promover um evento conclusivo, contra uma população que ele internaliza como agressora.

Explosões calculadas de muito ódio, como essa, trazem também a vontade de realizar uma possível fantasia: a de ser um pseudo militar famoso, um 'justiceiro' alguém que acaba com a situação "aviltante". Mira na cabeça e tórax.
Passa a ter uma identidade que ele queria e não tinha.
Muito comum se matar ao final.
Vai, finalmente, 'ser alguém' em cima de uma tragédia."

13 homicídios (12 + ele próprio), mais 18 tentativas.

Chocante, não?

Fica a nossa parte:
- parar de zoar tanto com as diferenças dos outros
- trabalhar a nossa agressividade
- tentar ser mais gentil, em todas as horas
- preferível sair de perto quando recebe uma agressão verbal do que entrar em discussões vazias
- procurar sempre tomar bastante água, para colocar mais oxigênio na cabeça. O cerébro pensa melhor.
- ocupar a cabeça com coisas melhores
- abraçar quem está perto
- perdoar deslizes
- gostar de si
- agradar-se.

Animais de estimação são uma fonte natural de afeto e inclusão

Para as famílias, nossas condolências!
Aos jovens que se foram, nossas orações!
Para todos nós, PAZ!

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E na sua casa, como estão as coisas? -
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