quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Elogiado por Drauzio Varella, livro analisa risco de epidemia global

 


Tragédia no Haiti - Número de mortes devido à epidemia de cólera continua a aumentar


Elogiado por Drauzio Varella, livro analisa risco de epidemia global

Por Marise Jalowitzki
24.fevereiro.2011

Vou fazer o comercial do livro porque achei "interessante" e "casual" a matéria ser publicada em fevereiro, quando os novos e assustadores índices de mortalidade no Haiti, trazem a trágica realidade de uma epidemia real e atual: o cólera, erradicado naquele país há 50 anos. São quase 5 mil mortes catalogadas, desde outubro.2010, quando o surto tomou conta dos desabrigados pelo terremoto (4 meses!).

As causas continuam ainda não oficializadas, apesar das denúncias do contágio correrem o mundo, responsabilizando os voluntários nepaleses que, infectados, contaminaram as águas dos rios que abastecem a população. 

Mas, a doença infecto-contagiosa continua fazendo as suas vítimas. Autoridades internacionais parecem "assistir" aos resultados.  

Drauzio Varellam, que assina a quarta capa do livro do autor Stefan Cunha Ujvari, comenta:

"Pronto, estamos diante da epidemia da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Severa) de 2003. (...) A evolução dessa epidemia é semelhante a uma história de ficção. Porém, é a mais pura realidade o perigo que a humanidade passou naquele ano e, pior, há chance de pandemias por vírus semelhantes ao da Sars surgirem novamente, por motivos que mostraremos adiante." - diz Drauzio.

Marise Jalowitzki
Escritora
Porto Alegre - RS - Brasil

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da Livraria da Folha
22/02/2011 - 19h40

"Pandemias", escrito pelo médico infectologista Stefan Cunha Ujvari, examina a história de epidemias globais e avalia a possibilidade do fenômeno se repetir no futuro.


Divulgação
Livro mostra o que pode acontecer conosco, num futuro próximo
Livro mostra o que pode acontecer com a humanidade no futuro


"Comecei a ler este livro e não consegui parar. Já li e havia gostado dos anteriores de Stefan Cunha, sempre interessado na história das doenças infecciosas que nos afligem desde os primórdios da civilização, mas este mostra o escritor na maturidade", escreveu Drauzio Varella, que assina a quarta capa do volume.
"Quando terminei a leitura fiquei com a sensação de que havia entendido melhor a história do homem na Terra", relata o médico.

Stefan também é autor de "A História da Humanidade Contada pelos Vírus", "A História e Suas Epidemias" , "Meio Ambiente e Epidemias" e "Perigos Ocultos nas Paisagens Brasileiras".

Publicado pela editora Contexto, o volume tem lançamento previsto para o dia 27 de fevereiro e está em pré-venda na Livraria da Folha. Leia, abaixo, um trecho do exemplar.

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A REPETIÇÃO DA PNEUMONIA ASIÁTICA DE 2003

A indústria cinematográfica aborda com frequência temas catastróficos. Acidentes, alienígenas, mudanças climáticas e catástrofes naturais recheiam as telas de Hollywood. Como não poderia faltar, os filmes também falam de epidemias mortais com chances de dizimar parte da humanidade. Assim foi em 1971 com a estreia de O enigma de Andrômeda, com Arthur Hill e David Wayne no elenco. A história relata o surgimento de uma bactéria letal vinda num satélite que cai em uma pequena cidade do interior. Os cientistas lutam contra o tempo para descobrir como combater a misteriosa bactéria que se disseminou pelo vilarejo. A esperança de cura está em saber como apenas duas pessoas sobreviveram: um bebê e um idoso. A realidade está muito distante em O enigma de Andrômeda.

Porém, Hollywood aprimorou o roteiro da ficção e tornou-o mais real em 1995, com a estreia do filme Epidemia. Estrelado por Dustin Hoffman, o filme conta o surgimento de um vírus letal que pode se alastrar pela América. San Daniels (Hoffman) é um epidemiologista, coronel do exército americano, recrutado para investigar o surto. O vírus se originou em um macaco africano trazido de forma clandestina aos Estados Unidos. As cenas mostram, de forma clara, como o viajante que trouxe o primata, contaminado por ele, transmite o vírus para outras pessoas no aeroporto e hospital. O roteiro alerta para a possibilidade de surgir uma nova doença mortal que leva os pacientes ao óbito em poucas horas. Para completar, existe um mistério na alta cúpula militar americana que tenta afastar o coronel Daniels do comando da missão.

Dificilmente a indústria cinematográfica imaginava que a ameaça do filme de 1995 poderia estar tão próxima. Guardadas as devidas proporções da extensão da epidemia e do número de mortes, pode-se dizer que a ficção se tornou realidade em 2003. Basta mudarmos o continente da história do filme, o animal que originou o vírus, a maneira como o vírus atingiu o primeiro humano, diminuir bastante o poder de disseminação viral e reduzir a mortalidade. Pronto, estamos diante da epidemia da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Severa) de 2003.

A evolução dessa epidemia é semelhante a uma história de ficção. Porém, é a mais pura realidade o perigo que a humanidade passou naquele ano e, pior, há chance de pandemias por vírus semelhantes ao da Sars surgirem novamente, por motivos que mostraremos adiante.

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