quarta-feira, 24 de novembro de 2010

VOTO LIVRE É UMA SAÍDA? - Por Marise Jalowitzki e Christian Brito

VOTO LIVRE É UMA SAÍDA?
Marise Jalowitzki e Christian Brito


Christian Brito (Recanto das Letras) opina sobre a validade da proposta do voto livre. 


Diz ele:
"A educação é realmente a chave de tudo.
Agora, em relação ao voto livre, penso diferente.


Quem vota


O pobre é a esmagadora maioria do eleitorado, por isso, as promessas dos políticos são voltadas, em sua maioria, para eles.


Os pobres elegem os políticos no Brasil e são os pobres (vítimas da educação precária) que são os mais alienados também, por isso, a maioria das pessoas desinteressadas em política fazem parte das classes menos abastadas. Se o voto for livre, a maior parte da população não votará.


Se o povo já é ignorado pelos políticos, mesmo participando obrigatoriamente com o voto, sem o voto, será sumariamente esquecido e desprezado. Apenas uma pequena parcela da população votará e terá participação política real e será para eles que a classe política se voltará de forma exclusiva. Assim, o poder, que já é de poucos, será absoluto."


Amigo Christian Brito !
Vou "pegar" teu comentário. Importantíssimas as tuas colocações, bem fundamentadas e sérias, características essenciais para o exercício do diálogo.


Acolho teu ponto de vista e convido para irmos mais além:


Dos quase 190 milhões de brasileiros, 135 milhões são votantes. OK, subtraiam-se os bem idosos, enfermos e as crianças e adolescentes não votantes. Temos, no mínimo, mais 20 milhões que ainda não estão "cadastrados", registrados como eleitores.


Índice de população em petição de extrema miséria = as pesquisas oscilam entre 7,5% a 14% (conforme quem pesquisa, e onde - coisa que dificilmente é publicado - locais,faixa etária,etc.).


Analfabetismo: em torno de 7,5 a 9,5% (dos pesquisados).


ESTATÍSTICA DE VENDA DE VOTOS (dados publicados inclusive na Europa): 20% dos eleitores trocam seu voto por feijão, arroz e gasolina!!! VINTE POR CENTO DOS VOTANTES! E, com certeza, são pessoas necessitadas, que, muitas vezes, PRECISAM colocar a leilão sua dignidade para conseguir o sustento, como é o caso de algumas comunidades no nordeste, que trocam seu voto por um balde d'água! Triste, tão horrível quadro, ainda perpetuado!


Quem poderá mudar este cenário? Eu e você, os que leem, os que já ensaiam uma consciência política, que tem acesso às redes sociais, que, de alguma forma, podem influenciar com suas opiniões (ou, pelo menos, tentam, como é meu caso).


Christian, grata por poder refletir contigo sobre estas questões. E, quer saber, SINCERAMENTE? Ao conseguirmos introduzir o conhecimento e a discussão idônea de política em sala de aula, independente do nome que a disciplina venha a ter, estaremos em condição de construir uma idéia formativa independente de política junto ao estudantado, desde cedo. O número de eleitores comprometidos com o ato de votar, seguramente, será bastante alto.

Aí, já estaremos em um patamar decisório bem mais maduro por parte da população, teremos mais seriedade em todos os segmentos, desde quem vota até quem é votado. E votar passa, a partir desse estágio, a ser uma consciência cívica, integrada a valores como confiança e confiabilidade, valores esses hoje praticamente inexistentes nos meios políticos.


(Neste blog transcrevi um artigo de um amigo que projetou o Código de Defesa do Eleitor - Link: http://compromissoconsciente.blogspot.com/2010/10/codigo-de-defesa-do-eleitor.html -. Cobrar e punir o político que não cumpre o que prometeu em campanha.)


Divulguem, discutam, compartilhem! Participem de petições (abaixo-assinados). O processo é lento, mas, ainda que seja um passinho a cada dia, a mudança acaba acontecendo!


Abraços!


-----------------
MARISE JALOWITZKI
Escritora e consultora empresarial
marisej@terra.com.br
Porto Alegre - RS - Brasil
Por um Brasil Justo e Sustentável!
---------------------------

Nenhum comentário:

Postar um comentário