domingo, 7 de novembro de 2010

Cimento e Concreto financiaram campanhas de 54% dos políticos




Cimento e Concreto financiaram campanhas de 54% dos políticos 
Marise Jalowitzki



As ações convergem para onde vão os interesses.  

As construtoras ajudaram a financiar a campanha de 54% dos políticos que se elegeram para a Câmara e o Senado neste ano, segundo dados de levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo, com base nas prestações de contas disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


"O levantamento aponta que as construtoras mais que triplicaram o volume de doações na campanha de 2010, em relação a 2006". Só a dupla Aécio Neves (PSDB-MG) e Itamar Franco (PPS-MG), eleitos em chapa conjunta, receberam R$ 9 milhões de empreiteiras.


Cimento, argamassa, concreto. Os caminhos da insustentabilidade ou, como queiram, da sustentabilidade passageira, onde alguns ganham pra caramba, muitos e muitos ganham por um tempo e todos perdem em médio tempo.


- Os "alguns" são as construtoras, que enriquecem a passos largos neste país. E os políticos que, em reconhecimento ao apoio financeiro recebido, aprovam projetos de interesse com rapidez. Tudo para erradicar a miséria.


- Os "muitos e muitos" são a quase totalidade dos brasileiros que, alienados ao longo de séculos, continuam acreditando (convenientemente, necessariamente) que precisam de um "Pai" (agora, uma "Mãe") no governo para ajudá-los. 



E, extremamente gratos por poderem adquirir e financiar uma casa simples, em série, na periferia, com transporte escasso e frágil infra estrutura, num financiamento de 30 anos.


- E "todos", claro, nem precisa explicar. "Todos" somos nós, os carrapatos grudados na crosta terrestre que, insanamente, continuamos acreditando que somos donos deste planeta e que, "nada se cria, tudo se transforma". E que, portanto, não importa poluir, poluir e poluir, nada acontecerá de nefasto.


Ainda nesta semana escutei uma justificativa tão conveniente e descomprometida de um cidadão: "Não se preocupe, eles dão um jeito! Na hora "h" vai aparecer uma outra saída! Não viu como fizeram com o leite (em pó, longa vida)? Com os grãos, que, conservados, viraram farinha e duram até um ano? E com o plástico, que agora tão reciclando?" ... E continuou discorrendo, tentando [me] convencer de que estava tudo certo e de que eu é quem deveria sacudir e ser mais otimista.

Com certeza, as pessoas acreditam naquilo em que querem acreditar. E o descompromisso, para grande parte da população é a postura mais conveniente e acomodada.


Em um dos sites em que transcrevo meus artigos, quando foi para mostrar que, efetivamente, o governo vendeu ações da Petrobras em setembro, um dos leitores escreveu o seguinte comentário: "Não importa. O povo não acredita. E isso é o que importa!" ...!


E é assim!
Quando os interesses individuais estão acima dos interesses coletivos, aí, os argumentos de sustentabilidade, de preservação ambiental, de conexão entre todas as partes (e interferências destas entre si) parece discurso vazio. É o quadro que estamos vivendo.


Tantos e tantos projetos disponíveis para a construção de casas ecologicamente sustentáveis. E não falo apenas dos mega projetos sustentáveis, com casas lindíssimas, inacessíveis para a nossa realidade popular. Falo de projetos sustentáveis de baixo custo.

Casa feita com garrafas pet

Basta uma ação inovadora. Uma decisão.

E, os milhares e milhares e milhares de imóveis usados que, estrategicamente, estão em melhores posições geográficas, um plano responsável para incentivar a aquisição desses imóveis, pela população que necessita de um empréstimo a longo prazo.


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Referências:
Construtoras doaram dinheiro a 54% dos congressistas eleitos -
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4778113-EI7896,00-Construtoras+doaram+dinheiro+a+dos+congressistas+eleitos.html

Governo consegue empréstimo de R$ 343,8 milhões para o Bolsa Família -

http://noticias.r7.com/economia/noticias/brasil-consegue-emprestimo-internacional-de-r-343-8-milhoes-para-o-bolsa-familia-20100917.html
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