sexta-feira, 29 de outubro de 2010

PROMESSAS DE CAMPANHA E DESMATAMENTO ZERO


PROMESSAS DE CAMPANHA E DESMATAMENTO ZERO
Marise Jalowitzki



Promessas de Campanha


Enquanto a COP-10 e a COP-15 intentam trazer consciência e prática para a questão ambiental, enquanto alguns segmentos tentam levar adiante projetos de consciência sustentável através da utilização de energias limpas, nossos candidatos, às vésperas da eleição, incluem a frase "desmatamento zero" em seus discursos. Muito provavelmente nem sabem o que isso, efetivamente, implica. A candidata já cometeu erros vergonhosos (em discurso lido), inclusive em eventos mundiais, demonstrando desconhecer até a linguagem, que dirá a filosofia, as premissas ou, que dirá, ainda mais, a concretização deste caminho.


Promessas vãs, não nos enganemos. Promessas de campanha. Promessas que não dizem O QUE vão FAZER, EM QUANTO TEMPO vão fazer, QUANTO vão fazer e, principalmente COMO vão fazer, são propagandas enganosas!


É importante que os candidatos se comprometam em apresentar, antes das eleições de domingo, seu comprometimento, em números reais, do que realmente pretendem fazer e como pretendem fazer em termos de meio ambiente, sustentabilidade, desmatamento, emissão tóxica. Há alguns dias a candidata gritou: "Eu não vou assinar, eu não vou assinar isso!" para a ativista do Greenpeace. O candidato, há algumas semanas, declarou que não iria rever o código florestal "agora". Depois, os dois falaram em desmatamento zero. 

Será que não vai acontecer nada? Cadê os quase 20 milhões que votaram a favor de um plano baseado em sustentabilidade? "Fogo de palha"? Outros interesses?

Não consigo entender como há tanta movimentação para xingar os candidatos, xingar-se entre si, falar inverdades, inventar mentiras e, para dar um clique por uma causa nobre, onde todos sairão ganhando, aí, não acontece!

Idéias novas precisam de espaço! Espaço que cabe a nós abrir! Jeitos ultrapassados de resolver problemas não dão certo, já sabemos disso! Falar de "energias limpas" usando "energias sujas", não dá!


Gente, se não acordarmos agora, quando será?




Ontem fui à feira de hortifruti que acontece uma vez por semana aqui pertinho. Os feirantes torcendo para que os clientes chegassem em sua banca, para comprar de si e não do outro “concorrente”.


Um deles, já conhecido, falava das eleições de domingo e da perspectiva das riquezas alardeadas. Tive de perguntar se eles realmente acreditavam que, agora, seria o éden, e se acreditavam, realmente, que “todos irão compartilhar as riquezas do pré-sal”... Eles sorriram, meio sem jeito, não conseguindo sustentar o conto. Aí, um outro, desabafou:
“- Bom, eles dizem que vão fazer muita coisa pela gente. Se, pelo menos, ficar assim como está, tá bom...né? Pelo menos a gente pode trabalhar...”, comentou com o olhar baixo, enquanto colocava mais algumas batatas na sacola para ficar mais pesado. “Leva este pacotinho de pepino. É um real!”

Claro que é compreensível a falta de esperança ou a necessidade de agarrar-se a um “novo” sonho. Bem que eu gostaria, também, de acreditar que agora era chegada a hora da melhoria. Condições temos, os governos alardeiam. Só que os caminhos que o tempo de agora pede para trilharmos, é outro!


Não é mais possível que a bíblia que nossos governos utilizam, seja a bíblia do Lucro Fácil!

Passou-se o tempo em que o carro movido a gasolina e óleo diesel era o objeto de consumo. Sei que alguns estão rindo ao ler esta frase. As manchetes estão cheias com belas ilustrações de carros caríssimos, com designs arrojados, e movidos a energia suja. A Feira do Automóvel exibe, na quase totalidade, carros que utilizam combustíveis fósseis, poluentes.

Mas não é para essas pessoas que dirijo os termos "passou-se o tempo". É para os que já acordaram, para os que já estão despertos. Mesmo que ainda estejamos encharcados dessas notícias e publicidade, ainda que as garotas-exposição ainda sejam foco de atração para modelos de carros "modernos", moderno, mesmo, é acreditar no arrojo do futuro-presente-futuro com visão global de melhoria.
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