sexta-feira, 11 de junho de 2010

FITAS DO DNA SUTIL - AMOR E INDECISÃO


FITAS DO DNA SUTIL - AMOR E INDECISÃO

Marise Jalowitzki



Para aqueles que acreditam que Viver é sinônimo de Evoluir e que nosso compromisso é fazer do dia a dia um aprendizado efetivo.

Quando não resolvemos adequadamente uma situação, ela volta mais adiante, um tanto mais complicada, como se fossem fitas de DNA que se embaralham, desorganizando o momento presente. Assim, "empurrar com a barriga" determinada questão, por medo de tomar uma atitude "menos nobre" - muitas vezes, apenas menos conhecida - pode ser fator de complicação futura.

Na percorrida do conhecimento de si, por vezes deixamos de perceber a semelhança de certas situações. Mais tarde, quando a alma se aquieta e dedicamos um tempo para refletir e, de certa forma, reviver as coisas que nos aconteceram, constatamos que, em certos casos, parece que andamos em círculos - as mesmas cenas, os mesmos desafios, só que em outro tempo, quase sempre com outros personagens, quase sempre mais forte, mais intenso, mais confrontador, até ainda mais confuso.
Há alguns anos fiz uma formação, Fitas do DNA Sutil, com Rowland Barkley, da Austrália. Ele ensinava que os fatos, de alguma forma, se repetem ao longo do caminho. E quando não conseguimos resolver as coisas de um jeito que fique bem para nós (sem ressentimentos, sem medos), essas mesmas situações vão aparecer mais adiante, só que reforçadas, tipo uma oitava acima (como nas notas musicais), embaralhando ainda mais e exigindo ainda mais coragem e determinação. Por isso da importância da qualidade da semeadura. Atos sinceros, honestidade com nossos anseios, veracidade dos desejos.
- Quero, mesmo, isso que estou pedindo?
- Penso, mesmo, isso que estou dizendo? Ou são os outros que estão falando e querendo decidir por mim?
- Sinto-me verdadeiramente mais FELIZ tomando essa ou aquela decisão, ou apenas estou acenando para o que julgo "mais bonito"(leia-se mais "decente", mais "comportado", mais "normal", menos sujeito à críticas de terceiros)?

No embaralhado das nossas vivências é muito fácil confundir o que queremos de verdade com aquilo que julgamos querer. Criados em ambientes idealizados - e quase nunca alcançados por ninguém - viver o presente com o que ele traz de concreto desalinha a zona de conforto. Mais fácil, então, recorrer ao conhecido - que são as situações idealizadas.
As "Fitas" são encontradas em todos os aspectos de nosso cotidiano: família, relacionamentos, profissão, carreira, casamento, lazer, saúde, etc.

Por esses dias tenho conversado com uma internauta que está passando por um dilema no campo amoroso. Sim, dilema, pois está demorando para tomar uma decisão que diz saber ser a certa: sente-se mal em assumir um relacionamento com um homem que já está descasado, separado, que é pai de três filhos e tem a guarda de dois. Ela confessa amá-lo muito, mas tem medo de assumir o relacionamento, pelas implicações e responsabilidades que acarreta. No que tem razão. Inicialmente aconselhei-a, sem alardes, a que ouvisse seu coração e que, caso o desconforto com relação a assumir a configuração proposta fosse demasiado, que rompesse, sim, como demonstrava estar convicta. Até agora, a situação permanece indefinida. Relatou um detalhe importante: é a terceira vez que se apaixona e sempre com homens casados/separados, com filhos. É ou não é para pensar um pouco mais demoradamente, no que a vida está querendo acenar? O que precisa ser aprendido?

Não se trata de querer classificar o que está certo ou o que está errado, até porque isso não existe; o certo e o errado são circunstanciais, depende da ótica de quem olha, da época em que está inserido. O que importa é o grau de desconforto, de sofrimento, em como os fatos estão organizados dentro de cada um. Se "ficar bem" significa "ficar sozinha(o)", ok, siga com leveza; se "ficar bem" significa esperar por algo "mellhor" e há vontade de ficar esperando, ok; se "ficar bem" significa assumir que quer ser feliz assumindo a relação com os personagens que já existem, ok também. Claro que é mais difícil, mas é possível! Gosta de crianças? Quer ter seus próprios filhos? Ele quer ter mais filhos? Até onde vai a dedicação?

Encarar a realidade é lidar com o aqui e o agora. Geralmente, quando o relacionamento começa, há um certo romantismo, um enlevo que quer caricaturar essa realidade e pincelar de sonhos o dia a dia. Aí a relutância em já iniciar com o chão-nosso-de-cada-dia. Agora, uma coisa é certa: se é a terceira vez que acontece, algo não ficou bem resolvido. Por isso a recorrência! Decidir "eu não quero!" ou "eu quero!" é fundamental para que, daqui há algum tempo, a mesma situação não venha a ser novamente vivida, só que um tanto mais complicada!!!

Abraços a todos!


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MARISE JALOWITZKI é escritora, consultora organizacional e
palestrante internacional, certificada pela IFTDO-USA, pós-graduação
em RH pela FGV-RJ, autora de vários livros organizacionais.
marisejalowitzki@gmail.com
Porto Alegre - RS - Brasil
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